domingo, 28 de julho de 2013
papagaio de papel
No próximo outono vou lançar um papagaio de papel, com a ajuda do vento norte. Terá uma cauda colorida feita com retalhos de tecido velho e levará até ao céu as minhas angústias, adormecidas no dorso. Voará bem alto, preso ao fio que o une a mim numa perfeita simbiose de liberdade.
nadar
O nadar solitário esvazia o cérebro docemente, e acaricia a alma...como o voar.
Que o digam as aves...
sábado, 27 de julho de 2013
sexta-feira, 26 de julho de 2013
análise
"Por favor, não me analise. Não fique procurando cada ponto fraco meu. Se ninguém resiste a uma análise profunda, quanto mais eu... Ciumento, exigente, inseguro, carente todo cheio de marcas que a vida deixou. Vejo em cada grito de exigência um pedido de carência, um pedido de amor. Amor é síntese é uma integração de dados. Não há que tirar nem pôr. Não me corte em fatias, ninguém consegue abraçar um pedaço. Me envolva todo em seus braços e eu serei o perfeito amor."
Mario Quintana
quinta-feira, 25 de julho de 2013
noites sem luar
"A gente ama alguém que desconhecemos, casa com quem conhece e vive com uma pessoa irreconhecível. Às vezes, temos luas de mel, outras vezes luas melosas. A maior parte do tempo, porém, são noites sem luar nenhum."
Mia Couto
Avé-Maria (Schubert)
Uma interpretação que obriga a sentir o Divino, enquanto frondoso bosque, praia deserta, topo de montanha, vento frio no rosto...
razão de amar
"Não referirei os motivos que tu tens para me amar.
Pois tu não tens nenhuns.
A única razão de se amar é o amor."
Antoine Saint-Exupéry
terça-feira, 23 de julho de 2013
sempre
"(...)
Sempre no meu amor a noite rompe.
Sempre dentro de mim o meu inimigo.
E sempre no meu sempre a mesma ausência."
Carlos Drummond de Andrade
domingo, 21 de julho de 2013
segunda-feira, 15 de julho de 2013
ética
...apesar de todo o sofrimento vale a pena viver.
Nietzsche
domingo, 14 de julho de 2013
e de súbito...
E de súbito desaba o silêncio,
É um silêncio sem ti,
Sem álamos,
Sem mar.
Só nas minhas mãos
Ouço o murmúrio das tuas.
Eugénio de Andrade
sábado, 13 de julho de 2013
religião do Amor
Para o poeta Ibn Al-Àrabi, a religião do Amor sempre foi o seu credo e a sua fé, estando aqui implícito o respeito pela dignidade humana, que ele estende a cristãos, muçulmanos, judeus, politeístas e mesmo ao mundo animal. Volvidos sete séculos de cultura judaico-cristã, surge a necessidade de clarificar as noções de Amor e Dignidade, bem como a relação entre si.
Na verdade, a dignidade humana que estava associada implicitamente ao amor, deixou de o estar; o "sentido prático" da cultura ocidental, trouxe essa "novidade", que a minha mente teimosamente livre, teima em recusar.
O Amor continuará a estar, para mim, na dimensão em que o poeta o coloca, mas associado sempre ao respeito pela Dignidade da pessoa amada...ainda que isso exija o sacrifício do próprio amor.
sexta-feira, 12 de julho de 2013
última obra
(...)
não me toquem nessa dor
ela é tudo o que me sobra
sofrer, vai ser a minha última obra
Paulo Leminski
quinta-feira, 11 de julho de 2013
por amor
Só ficará de ti o que fizeste por amor. O resto não valeu: foi apenas
poeira que se ergueu em teu redor e o vento varreu...
Só ficará de ti o que escreveste com paixão. O resto não contou: foi
tão-só uma sombra que passou, pura ilusão, e nem rasto deixou.
Torcato Luz
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