sábado, 27 de abril de 2013
sexta-feira, 26 de abril de 2013
é esse olhar
(...)
é esse olhar que de noite em noite vem
da lonjura por algum atalho,
e me rouba o sono,
e não me poupa o coração.
Eugénio de Andrade, in "Branco no Branco"
imagem - c o
é dentro de ti
Encostas a face à melancolia e nem sequer
ouves o rouxinol. Ou é cotovia?
Suportas mal o ar, dividido
entre a fidelidade que deves
à terra de tua mãe e ao quase branco
azul onde a ave se perde.
A música, chamemos-lhe assim,
foi sempre a tua ferida, mas também
foi sobre as dunas a exaltação.
Não oiças o rouxinol. Ou a cotovia.
É dentro ti
que toda a música é ave.
Eugénio de Andrade, in "Branco no Branco"
imagem - c o (Lagoa dos Patos)
sábado, 20 de abril de 2013
elegância
imagem - Fábrica de Escrita
sobre a felicidade
Se considerarmos a felicidade enquanto plenitude de bem estar, e permanecermos nesse estado, dia após dia... temos que reconhecer que a vida se tornará monótona, cansativa e monocórdica. É importante sentir a textura da infelicidade para perceber o sentido da vida.
Daí que fique desconfiado, quando vejo elementos da nossa "fauna" insistirem em apresentar-se apoiados permanentemente numa exuberância bacoca e risonha de felicidade eufórica, com a qual se enganam, antes de mais, a si próprios. Na verdade não lhes basta a felicidade momentânea, pontual, equilibradora e tranquila. Querem a euforia permanente.
quinta-feira, 18 de abril de 2013
lo malo no es
Lo malo no es
que tú no estés conmigo ahora
en este instante, o mañana, o pasado,
o el año que viene;
lo malo no es que ya no pueda
volver a acariciar tu piel,
ese paraíso perdido en la niebla,
lo malo de todo no es que tú acabes
hundiéndote en la nebulosa del tiempo
y la memoria,
lo peor es que nunca,
ni por un momento,
podrás ilegar a sospechar siquiera
hasta qué punto
yo te amo.
Pilar Fernandez Rodriguez
imagem - c o
quarta-feira, 17 de abril de 2013
recuerdos
Son oscuras memorias; la sangre, que no piensa,
recuerda sin saberlo, y te busca, te busca...!
Carmen Conde (excerto)
imagem - c o
sexta-feira, 12 de abril de 2013
lives...
Impõe a tua chance, cerra a tua felicidade e corre o teu risco.
Vendo-te eles habituar-se-ão.
René Char
imagem - c o
quarta-feira, 10 de abril de 2013
liberdade
Sei de cor as mãos dos meus amigos.
E de cor também as horas da saudade.
Um dia aprenderei que a minha vida,
sem sentido, se chama liberdade.
Fátima Marinho, in "O mistério das coisas erradas"
imagem - c o
terça-feira, 9 de abril de 2013
tus ojos
No se acaban tus ojos; son los otros los ciegos.
no te juntan a mi, nadie sabe que es tuya
esta mortal ausencia que se duerme en mi boca
cuando clama la voz en desiertos de llanto
Carmen Conde (excerto)
no te juntan a mi, nadie sabe que es tuya
esta mortal ausencia que se duerme en mi boca
cuando clama la voz en desiertos de llanto
Carmen Conde (excerto)
santuário
Uma única coisa é necessária: a solidão.
A grande solidão interior.
Ir dentro de si e não encontrar ninguém durante horas, é a isso que é preciso chegar...
Ranier Maria Rilke
imagem - c o
as palavras não ditas
há palavras
que
teimam
em não ser
ditas
há palavras
que
têm medo
de ser soltas
palavras
presas
em teus olhos
molhados
doces
palavras ansiosas
por ouvir
palavras
sábado, 6 de abril de 2013
morrer de amor
Com a paixão faço
e amo
a construir-me no excesso
Apunhalo o coração
enveneno
o peito aberto
A paixão é meu
destino
meu final e meu começo
Morrer de amar
e de amor
é a morte que eu mereço
Maria Teresa Horta
imagem - c o
luz do Universo
Brincas todos os dias com a luz do Universo.
Subtil visitadora, chegas na flor e na água. (...)
Quero fazer contigo
o que a Primavera faz com as cerejeiras.
Pablo Neruda, in "20 poemas de amor e uma canção desesperada"
imagem - c o
o topo do mundo
Sim. Estive no topo do mundo! A que altura fica?! Não sei. Pra aí 1500 metros. Pronto, está bem, o Evereste tem 8000. Mas o topo do mundo fica a 1500. É lá que está a casa de pedra, linda e forte, que ali parece ter nascido rodeada de rochedos errantes como a minha alma, que se associam ao vento frio e ás árvores calmas para me questionar constantemente...
Onde a natureza dura nos ama sem ferir e comparte connosco uma dádiva de amor...
c o
quarta-feira, 3 de abril de 2013
procura
Proibido ter-te.
Proibido dar-me.
Mas posso inventar-te
do corpo da noite.
António Vera (excerto)
imagem - c o
respiro-te
diz-me
que vens
porque
não quero
que não venhas
respiro-te...
e as palavras
agitam-me
a alma
imagem - Marco Guerra
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