dóis-me
de
tanta
lonjura.
domingo, 20 de dezembro de 2015
terça-feira, 17 de novembro de 2015
paixão
...
tudo excita a lembrança
da minha paixão por ti
que nunca abandona meu peito
por muito que eu o feche.
Ibn Zaydun, in "Ladrões de Prazer" Poemas arábico-andaluzes (excerto)
tudo excita a lembrança
da minha paixão por ti
que nunca abandona meu peito
por muito que eu o feche.
Ibn Zaydun, in "Ladrões de Prazer" Poemas arábico-andaluzes (excerto)
chorar
Não me sinto bem quando choro. Me sinto bem por chorar.
sábado, 31 de outubro de 2015
dá-me... dá-te...
A flor que és, não a que dás, eu quero.
Porque me negas o que te não peço?
Fernando Pessoa
Porque me negas o que te não peço?
Fernando Pessoa
sexta-feira, 30 de outubro de 2015
sonho...
sonho
em te abraçar
sem luar,
na
insensatez
da libido
sufocada
de beijos.
em te abraçar
sem luar,
na
insensatez
da libido
sufocada
de beijos.
quinta-feira, 15 de outubro de 2015
travo amargo
e que culpa
tenho eu
de ter,
os sentimentos
à flor
da pele
que me
deixam
no peito,
um travo
amargo
e proibido?!
tenho eu
de ter,
os sentimentos
à flor
da pele
que me
deixam
no peito,
um travo
amargo
e proibido?!
que vontade imensa...
que
vontade
imensa,
e
que medo
de
olhar,
teus olhos
que fogem,
depois
de
olhar.
vontade
imensa,
e
que medo
de
olhar,
teus olhos
que fogem,
depois
de
olhar.
sim, voltei
sim, voltei
ao lugar
onde
passaste,
para te
sentir
a alma,
na alma.
ao lugar
onde
passaste,
para te
sentir
a alma,
na alma.
sábado, 10 de outubro de 2015
cada noche...
"Tengo la convicción de que no existes y sin embargo te oigo cada noche".
Mario Benedetti
Mario Benedetti
domingo, 27 de setembro de 2015
boçalidade
Correm cães, cavalos, touros e carros patrocinados por uma boçalidade ansiosa de poder.
terça-feira, 22 de setembro de 2015
viagem
Para viajar, basta existir. Quem não existir, jamais viajará.
Eu existo. Por isso sinto o mundo dentro de mim.
A viagem física, geográfica, é uma ilusão, uma mentira. Viajar assusta-me, tira-me de mim, tira-me do mundo.
Outra coisa é deslocar-me a um lugar, para o conhecer, interessadamente, no sentido de absorver e entender a sua identidade.
Eu existo. Por isso sinto o mundo dentro de mim.
A viagem física, geográfica, é uma ilusão, uma mentira. Viajar assusta-me, tira-me de mim, tira-me do mundo.
Outra coisa é deslocar-me a um lugar, para o conhecer, interessadamente, no sentido de absorver e entender a sua identidade.
sexta-feira, 4 de setembro de 2015
alma nua
a minha
alma nua
anda ao vento
... vestida
de ti.
alma nua
anda ao vento
... vestida
de ti.
ouço-te
ouço-te
o silêncio
e
uma lágrima
inunda-me.
o silêncio
e
uma lágrima
inunda-me.
lembro-me
lembro-me
do som
nervoso
dos teus passos
anunciando-te,
delicada
elegante
nervosa...
do som
nervoso
dos teus passos
anunciando-te,
delicada
elegante
nervosa...
quinta-feira, 3 de setembro de 2015
sonhei-te
sonhei-te
entre abraços
e beijos
alucinados
de amor.
entre abraços
e beijos
alucinados
de amor.
asas cansadas
saem da
alma
pássaros
de asas
cansadas
só os
pássaros
têm
as asas
cansadas,
à noite.
alma
pássaros
de asas
cansadas
só os
pássaros
têm
as asas
cansadas,
à noite.
sexta-feira, 21 de agosto de 2015
o poema urge
se nunca
estive
em ti,
como
dizer-te este
poema
urgente?
estive
em ti,
como
dizer-te este
poema
urgente?
certeza de vento
"... eu sei que entendes o que não sei dizer.
Essa certeza é feita de vento.
Eu e tu somos esse vento.
Não apenas um pedaço do vento dentro do vento, somos o vento todo.
Escuta,
ouve.
Amor.
Amor."
José Luís Peixoto, in 'Abraço'
Escuta,
ouve.
Amor.
Amor."
José Luís Peixoto, in 'Abraço'
o teu pé
o teu pé
roçou-me
docemente
a perna,
a alma.
roçou-me
docemente
a perna,
a alma.
alma pisada
o vento
traz
grãos
de angústia,
que
riscam
o ladrilhado
da minha
alma
pisada.
traz
grãos
de angústia,
que
riscam
o ladrilhado
da minha
alma
pisada.
resta-me
resta-me
a frágil
virtualidade
e
um sonho,
que
apenas dói.
a frágil
virtualidade
e
um sonho,
que
apenas dói.
mágoa de não ser...
e depois, as
palavras
desaparecem sem
deixar
rasto,
a não ser
a
mágoa de não
ser
lidas,
vezes
sem conta,
meu amor.
palavras
desaparecem sem
deixar
rasto,
a não ser
a
mágoa de não
ser
lidas,
vezes
sem conta,
meu amor.
quarta-feira, 19 de agosto de 2015
sinto-te
sinto-te
uma adaga
sobre a
garganta.
uma adaga
sobre a
garganta.
a luz fascina
A luz fascina, chego ao fim de rastos.
Eugénio de Andrade, in "Memória Doutro Rio"
Eugénio de Andrade, in "Memória Doutro Rio"
o olhar
Muito haveria a dizer do confronto da
mão com o sol. Da semente com a terra. Há
contudo um lugar onde a paixão se esconde
para explodir: o olhar.
Eugénio de Andrade, in "Memória Doutro Rio"
mão com o sol. Da semente com a terra. Há
contudo um lugar onde a paixão se esconde
para explodir: o olhar.
Eugénio de Andrade, in "Memória Doutro Rio"
terça-feira, 18 de agosto de 2015
ardor retido
Sobre a mesa a fruta arde. peras,
laranjas, maçãs pressentem
a íntima brancura
dos dentes, o desejo represado,
o espesso vinho de vozes antigas,
arde a melancolia ao inventar
outra cidade,
outro país, outros céus onde lançar
os olhos e o riso. deita-te comigo,
trago-te do mar
a crespa luz da espuma,
nos flancos este ardor retido.
Eugénio de Andrade, in "Branco no Branco"
laranjas, maçãs pressentem
a íntima brancura
dos dentes, o desejo represado,
o espesso vinho de vozes antigas,
arde a melancolia ao inventar
outra cidade,
outro país, outros céus onde lançar
os olhos e o riso. deita-te comigo,
trago-te do mar
a crespa luz da espuma,
nos flancos este ardor retido.
Eugénio de Andrade, in "Branco no Branco"
deixei de contar
deixei
de contar
os beijos
que te dou
na alma.
de contar
os beijos
que te dou
na alma.
morro em agosto...
Concentro os olhos no mais precário
lugar do teu corpo. morre-se
em agosto com as aves
de solidão.
Neste instante sou imortal.
tenho os teus braços em redor
do corpo todo.
as areias escaldam. é meio-dia.
Do teu peito avista-se o mar
caindo a prumo.
morre-se em agosto na tua boca.
com as aves.
Eugénio de Andrade, in "Branco no Branco"
lugar do teu corpo. morre-se
em agosto com as aves
de solidão.
Neste instante sou imortal.
tenho os teus braços em redor
do corpo todo.
as areias escaldam. é meio-dia.
Do teu peito avista-se o mar
caindo a prumo.
morre-se em agosto na tua boca.
com as aves.
Eugénio de Andrade, in "Branco no Branco"
destino
e a alma
e o corpo
acomodam-se
numa
erecção
extenuada.
quinta-feira, 13 de agosto de 2015
um fogo
um
fogo queima
o tempo
sem teus
beijos.
fogo queima
o tempo
sem teus
beijos.
sexta-feira, 24 de julho de 2015
em segredo... ;-)
BRINCADEIRA
Brinca comigo à procura
de uma estrela noutro céu
Brinca e leva a noite escura
com os sonhos que Deus te deu
de uma estrela noutro céu
Brinca e leva a noite escura
com os sonhos que Deus te deu
Começa devagarinho
- por favor, não tenhas medo,
que meu coração fez ninho
dentro do teu em segredo
- por favor, não tenhas medo,
que meu coração fez ninho
dentro do teu em segredo
Acorda os anjos que formem
com a luz do teu sorriso
Faz com que não se conformem
e saiam do paraíso
com a luz do teu sorriso
Faz com que não se conformem
e saiam do paraíso
Deixa-os entrar de repente
no teu quarto, a esta hora
em que a verdade mais quente
é o sono que te devora.
no teu quarto, a esta hora
em que a verdade mais quente
é o sono que te devora.
Brinca comigo às escuras,
ensina-me o que não sei
Onde estás? Porque procuras
o coração que te dei?
ensina-me o que não sei
Onde estás? Porque procuras
o coração que te dei?
Fernando Pinto do Amaral
terça-feira, 7 de julho de 2015
ostento na alma
ostento
na alma
um desejo
proibido.
na alma
um desejo
proibido.
sexta-feira, 3 de julho de 2015
na planície
o vento
fresco
do entardecer
o cheiro
a palha
ceifada,
o cantar
doce
das rolas,
engrossam
a dor
da lonjura.
fresco
do entardecer
o cheiro
a palha
ceifada,
o cantar
doce
das rolas,
engrossam
a dor
da lonjura.
terça-feira, 30 de junho de 2015
tudo...
tudo,
mesmo tudo
o que
faço
é,
por amor.
não me
deixas,
alternativa.
mesmo tudo
o que
faço
é,
por amor.
não me
deixas,
alternativa.
segunda-feira, 29 de junho de 2015
antes, durante, depois...
antes,
durante,
depois,
enches-me
a alma
e
por isso
é
impossível
perder-te.
durante,
depois,
enches-me
a alma
e
por isso
é
impossível
perder-te.
terça-feira, 23 de junho de 2015
em frente do mar
Pergunto a mim próprio em que noite nos perdemos?,
que desencontro nos levou de um a outro lado das
nossas vidas? e que caminhos evitámos para que os nossos
passos se não voltassem a cruzar? Mas as perguntas que
te faço, hoje, já não têm resposta. Sento-me contigo,
nesta mesa da memória, e partilho o prato da solidão. Tu,
na cadeira vazia onde te imagino, sacodes o cabelo com
um aceno de ironia. E dou-te razão: as coisas podiam
ter sido de outro modo. Não te disse as palavras que
esperaste; e havia o mar, com as suas ondas, nessa tarde
em que me puxaste para longe da cidade, como se
a noite não nos obrigasse a voltar, quando o horizonte
se apagou a nossa frente. Depois disso, nenhuma
pergunta tem resposta. O que é absurdo há-de continuar
absurdo, como o horizonte não se voltou a abrir,
trazendo de volta os teus olhos que me pediam que
os olhasse, até que a noite me impedisse de o fazer.
Nuno Júdice
imagem Dorka Simanyl
imagem Dorka Simanyl
segunda-feira, 22 de junho de 2015
saí de mim...
"Só há um modo de escapar de um lugar: é sairmos de nós. Só há um modo de sairmos de nós: é amarmos alguém."
Mia Couto
dou-te os dias...
Dei-te os dias, as horas e os minutos
Destes anos de vida que passaram;
Nos meus versos ficaram
Imagens que são máscaras anónimas
Do teu rosto proibido;
A fome insatisfeita que senti
Era de ti,
Fome do instinto que não foi ouvido.
Miguel Torga
domingo, 14 de junho de 2015
mitos com pés de barro
Fico grato ao que me desilude, pela sensação de bem-estar que transmite, associada à clareza desmistificadora da nova perspectiva.
quinta-feira, 11 de junho de 2015
este mar
este mar
onde nado
e me deixa
a alma
extenuada.
onde nado
e me deixa
a alma
extenuada.
segunda-feira, 25 de maio de 2015
o gesto e o sonho
diz-me
que é
teu
o gesto
com que
sonho.
que é
teu
o gesto
com que
sonho.
quarta-feira, 20 de maio de 2015
horizonte
sinto-me longe
e tudo
é horizonte
e tudo
é horizonte
sábado, 2 de maio de 2015
quinta-feira, 30 de abril de 2015
no tempo...
estarei
comigo
à tua espera
no tempo
comigo
à tua espera
no tempo
quarta-feira, 29 de abril de 2015
Memória
Amar o perdido
deixa confundido
este coração.
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.
tornam-se insensíveis
à palma da mão.
Mas as coisas findas,
muito mais que lindas,
essas ficarão.
muito mais que lindas,
essas ficarão.
Carlos Drummond de Andrade, in "Claro Enigma".
segunda-feira, 27 de abril de 2015
diz-me
diz-me
coisas
que
só eu
entenda.
coisas
que
só eu
entenda.
domingo, 26 de abril de 2015
inda assim...
melhor fora
que vos não vissem
meus olhos
senhora...
pois sempre
que tal sucede
é minh´alma
quem paga,
em ardor,
pelo encantamento
em ver-vos.
contudo,
inda assim,
tal sofrimento
é tão desejado
...senhora.
que vos não vissem
meus olhos
senhora...
pois sempre
que tal sucede
é minh´alma
quem paga,
em ardor,
pelo encantamento
em ver-vos.
contudo,
inda assim,
tal sofrimento
é tão desejado
...senhora.
sábado, 18 de abril de 2015
intensamente
se não posso
ler
outras
palavras,
intensas,
que as
minhas
o
sejam
intensamente.
ler
outras
palavras,
intensas,
que as
minhas
o
sejam
intensamente.
quinta-feira, 16 de abril de 2015
quinta-feira, 2 de abril de 2015
a alma e o corpo
tantos
olhares
e
palavras,
suspensos,
a povoar-me
a alma
e o corpo...
olhares
e
palavras,
suspensos,
a povoar-me
a alma
e o corpo...
segunda-feira, 30 de março de 2015
loucura.
não quero
curar-me
desta loucura.
curar-me
desta loucura.
domingo, 22 de março de 2015
insanidade
estabeleço
contigo
improváveis
diálogos.
pergunto e
respondo.
por ti.
em voz baixa.
com cuidado
para que
esta insanidade
me não
denuncie.
contigo
improváveis
diálogos.
pergunto e
respondo.
por ti.
em voz baixa.
com cuidado
para que
esta insanidade
me não
denuncie.
sábado, 21 de março de 2015
queria tanto
queria tanto
chover.
queria tanto
chover
contigo.
chover.
queria tanto
chover
contigo.
quinta-feira, 19 de março de 2015
sexta-feira, 13 de março de 2015
sentido
O que faz
sentido
por ti, deixa
de fazer
sentido,
sem ti.
sentido
por ti, deixa
de fazer
sentido,
sem ti.
libertação
Libertei-me da virtualidade.
Era uma tortura de Tântalo.
Viverei
das lendas que guardo,
na alma
e no sonho.
Viverei de ti.
Era uma tortura de Tântalo.
Viverei
das lendas que guardo,
na alma
e no sonho.
Viverei de ti.
segunda-feira, 9 de março de 2015
condenação
Eu não sabia, nem acreditava, que isto me acontecesse.
E agora?! Agora, estou condenado à eterna tortura.
Às vezes penso, que a promessa de um último olhar antes da morte,
me coloria a vida.
domingo, 8 de março de 2015
tão perto
tão perto...
os cabelos,
as costas,
o casaco
sobre o colo,
os dedos,
e o medo maior
de
cruzar
o olhar.
os cabelos,
as costas,
o casaco
sobre o colo,
os dedos,
e o medo maior
de
cruzar
o olhar.
sexta-feira, 6 de março de 2015
delírio
um delírio
febril,
deita-me
contigo.
febril,
deita-me
contigo.
segunda-feira, 2 de março de 2015
saudades...
Não há saudades mais dolorosas do que as das coisas que nunca foram.
Fernando Pessoa
Fernando Pessoa
sábado, 14 de fevereiro de 2015
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015
sentido claro
Quero escrever-te um poema que
tenha um sentido claro como o
que os teus olhos me disseram.
Poderia ser um poema de amor,
tão breve como o instante em
que me deixaste ver os teus olhos.
Mas o que os olhos dizem não cabe
num poema, nem eu sei como se diz
o amor que só os olhos conhecem.
Nuno Júdice
tenha um sentido claro como o
que os teus olhos me disseram.
Poderia ser um poema de amor,
tão breve como o instante em
que me deixaste ver os teus olhos.
Mas o que os olhos dizem não cabe
num poema, nem eu sei como se diz
o amor que só os olhos conhecem.
Nuno Júdice
imensidão
o teu
sorriso
é uma
imensidão
impossível
de beijos.
sorriso
é uma
imensidão
impossível
de beijos.
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015
cartas al tiempo
No me quieras como yo te quiero.
Porque aunque me gustaría, no te lo recomiendo.
Quererte como yo te quiero duele,
como un buen amor sabe doler,
como duele el alma cuando ama en silencio,
como duele una lágrima justo antes de nacer.
No me quieras como yo te quiero amor.
Mejor quiéreme de lejos,
como tú bien sabes hacerlo.
Mind of Brando
Porque aunque me gustaría, no te lo recomiendo.
Quererte como yo te quiero duele,
como un buen amor sabe doler,
como duele el alma cuando ama en silencio,
como duele una lágrima justo antes de nacer.
No me quieras como yo te quiero amor.
Mejor quiéreme de lejos,
como tú bien sabes hacerlo.
Mind of Brando
sábado, 7 de fevereiro de 2015
a laranja e o lume
como,
ao lume
uma laranja.
as labaredas
sussurram
algo
sobre ti,
algo
que aquece
e arde
sem que o
entenda.
ao lume
uma laranja.
as labaredas
sussurram
algo
sobre ti,
algo
que aquece
e arde
sem que o
entenda.
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015
o amor não é justo
O amor não é justo. O amor nunca foi justo.
Luís Menezes, in "Obvious magazine"
Luís Menezes, in "Obvious magazine"
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015
como dói...
se ao menos
não doesse
como dói,
este grito
da alma...
não doesse
como dói,
este grito
da alma...
indecisão
a indecisão
de querer
e não querer,
é morrer...
de querer
e não querer,
é morrer...
lendas
lendas
de encantar
e doer,
trazidas
pelo vento,
que as
leva...
de encantar
e doer,
trazidas
pelo vento,
que as
leva...
paz magoada
por troca
com momentos
sem vida,
prefiro
a paz
magoada
da lonjura.
com momentos
sem vida,
prefiro
a paz
magoada
da lonjura.
sexta-feira, 30 de janeiro de 2015
os sonhos
estou
impregnado
de ti
e devora-me
um ciume
primário.
os sonhos
atropelam-me
a alma
e ensopam-me
o corpo
de frio.
impregnado
de ti
e devora-me
um ciume
primário.
os sonhos
atropelam-me
a alma
e ensopam-me
o corpo
de frio.
sábado, 24 de janeiro de 2015
a minha medida?...
A minha medida? Amor.
E tua boca na minha
imerecida.
Minha vergonha? O verso
ardente. E o meu rosto
reverso de quem sonha.
Hilda Hirst
E tua boca na minha
imerecida.
Minha vergonha? O verso
ardente. E o meu rosto
reverso de quem sonha.
Hilda Hirst
quinta-feira, 22 de janeiro de 2015
presságio
Ah, ternura dos dias
que prometiam alguma cousa.
Ah, noites que esperavam vida.
Disseste que o mundo
dificulta o caminho dos bons
e que pesa tanto nos teus ombros
o estandarte do amor.
Tua vida consumi-se
num sonho de adolescente.
teus olhos há muito
não dizem nada
e simulam mistério
quando sorris.
Sabes alguma cousa
além dos homens.
soubesses ao menos
a eterna escuridão
dos que procuram luz.
Hilda Hirst
que prometiam alguma cousa.
Ah, noites que esperavam vida.
Disseste que o mundo
dificulta o caminho dos bons
e que pesa tanto nos teus ombros
o estandarte do amor.
Tua vida consumi-se
num sonho de adolescente.
teus olhos há muito
não dizem nada
e simulam mistério
quando sorris.
Sabes alguma cousa
além dos homens.
soubesses ao menos
a eterna escuridão
dos que procuram luz.
Hilda Hirst
quarta-feira, 21 de janeiro de 2015
demasiada loucura...
Demasiada loucura, é o mais divino juízo...
Emily Dickinson
Emily Dickinson
bela
Bela, minha bela,
a tua pele, a tua voz, as tuas unhas,
bela, minha bela,
o teu ser, a tua luz, a tua sombra,
bela,
tudo isso é meu, bela,
tudo isso é meu, minha,
quando caminhas ou repousas,
quando cantas ou dormes,
quando sofres ou sonhas,
sempre,
quando estás perto ou longe,
sempre,
és minha, bela,
sempre.
Pablo Neruda, (excerto)
a tua pele, a tua voz, as tuas unhas,
bela, minha bela,
o teu ser, a tua luz, a tua sombra,
bela,
tudo isso é meu, bela,
tudo isso é meu, minha,
quando caminhas ou repousas,
quando cantas ou dormes,
quando sofres ou sonhas,
sempre,
quando estás perto ou longe,
sempre,
és minha, bela,
sempre.
Pablo Neruda, (excerto)
sua beleza é total
Sua beleza é total.
Tem a nítida esquadria de um Mantegna.
Porém como um Picasso de repente
desloca o visual.
Seu torso lembra o respirar da vela.
Seu corpo é solar e frontal.
Sua beleza à força de ser bela,
promete mais do que prazer.
Promete um mundo mais inteiro e mais real.
Como pátria do ser.
Sophia de Mello Breyner
Tem a nítida esquadria de um Mantegna.
Porém como um Picasso de repente
desloca o visual.
Seu torso lembra o respirar da vela.
Seu corpo é solar e frontal.
Sua beleza à força de ser bela,
promete mais do que prazer.
Promete um mundo mais inteiro e mais real.
Como pátria do ser.
Sophia de Mello Breyner
não é possível
não é
possível,
contemplar
impunemente,
o que
me sufoca
o corpo
e a alma.
resta-me
não olhar,
para evitar
a denúncia,
de uma lágrima
que espera.
possível,
contemplar
impunemente,
o que
me sufoca
o corpo
e a alma.
resta-me
não olhar,
para evitar
a denúncia,
de uma lágrima
que espera.
domingo, 18 de janeiro de 2015
silenciosamente
beijaste o
meu gesto
e a alma
floriu,
em mim,
silenciosamente.
meu gesto
e a alma
floriu,
em mim,
silenciosamente.
dias partidos
Devias
estar
aqui rente
aos meus
lábios para
dividir contigo
esta
amargura
dos meus dias
partidos
um a um ...
Eugénio de Andrade
estar
aqui rente
aos meus
lábios para
dividir contigo
esta
amargura
dos meus dias
partidos
um a um ...
Eugénio de Andrade
sexta-feira, 16 de janeiro de 2015
não... por favor.
Como dizer a uma doçura de 4 anos, que já não tem o adorado pai?
Inteligente e sensível, já o percebeu há muito, mas recusa as abordagens que tenham por objetivo legitimar a perda, e preencher na sua alma a lacuna dolorosa.
Não. Não quer que lhe digam o que sempre soube. Não quer que lhe tirem o pai.
Inteligente e sensível, já o percebeu há muito, mas recusa as abordagens que tenham por objetivo legitimar a perda, e preencher na sua alma a lacuna dolorosa.
Não. Não quer que lhe digam o que sempre soube. Não quer que lhe tirem o pai.
terça-feira, 6 de janeiro de 2015
do desejo
colada a tua boca a minha desordem.
o meu vasto querer.
o incompreensível se fazendo ordem.
colada à tua boca, mas descomedida
árdua
construtor de ilusões examino-te sôfrega
como se fosses morrer colado à minha boca.
como se fosse nascer
e tu fosses o dia magnânimo
eu te sorvo estremada à luz do amanhecer.
Hilda Hilst
o meu vasto querer.
o incompreensível se fazendo ordem.
colada à tua boca, mas descomedida
árdua
construtor de ilusões examino-te sôfrega
como se fosses morrer colado à minha boca.
como se fosse nascer
e tu fosses o dia magnânimo
eu te sorvo estremada à luz do amanhecer.
Hilda Hilst
sinto..
Sinto,
colado na pele,
na carne,
na alma,
um anátema de
desejo insuportável,
de um beijo
longo e doce,
muito doce...
colado na pele,
na carne,
na alma,
um anátema de
desejo insuportável,
de um beijo
longo e doce,
muito doce...
sábado, 3 de janeiro de 2015
qual vinho...
e na lonjura,
uma doce
exaltação
embriaga a alma,
qual vinho
gostoso,
frutado, e forte,
de uma
cepa antiga,
como o tempo,
como o amor.
uma doce
exaltação
embriaga a alma,
qual vinho
gostoso,
frutado, e forte,
de uma
cepa antiga,
como o tempo,
como o amor.
sexta-feira, 2 de janeiro de 2015
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