quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

domingo, 25 de dezembro de 2016

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

sábado, 17 de dezembro de 2016

é tão bom...

Quanto mais intensa a vida é, mais a alma dói. Não existem "pequenas" coisas. Como diz Pessoa, tudo é exagerado.
Só a morte dará descanso à alma. Mas é tão bom estar vivo. É tão bom amar...

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

quão bela...

Quão belos são teus pés, nas sandálias, ó filha de príncipe.
As curvas dos teus quadris são como colares fabricados por mãos de artista.
Teu umbigo é uma taça torneada onde nunca faltará vinho de qualidade.
Teu ventre um monte de trigo cercado de lírios.
Teus seios são como dois filhotes gémeos, de gazela.
Teu pescoço é como uma torre de marfim.
Teus olhos como as piscinas de Hesebon.
Quão bela e quão encantadora és tu ó querida, entre as delicias.
Teu talhe assemelha-se ao da palmeira e teus seios a cachos.
O perfume da tua boca, é como o das maçãs.
Como és bela minha amada, como és bela, com teus olhos de pomba.
Levanta-te, minha amada, minha rola, minha bela... e vem.


Cântico dos cânticos de Salomão (excerto)

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

dance me to the end of love...





















...my love.

dança...








dançando
para
ti...




amor mudo...





Ardendo de amor, as cigarras
cantam.
Mais belos porém
são os pirilampos,
cujo mudo amor
lhes queima o corpo.

Canção camponesa do Japão
Herberto Helder, in "Poesia Toda"

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

fecundação

Uma espada de beijos trespassar-te-á
de encontro às muralhas do medo,
quando o desejo abrir as suas válvulas
e o botão dos teus sentidos desabrochar.


Albano Martins, in "Assim são as algas"

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

soletro-te...


soletro

a tua imagem
o teu nome
as tuas mãos
o teu sorriso
os teus olhos
a tua boca...

és
o meu léxico.

Merry Christmas





























Merry Christmas, my love...

bem- aventurança

Quem vê, Senhora, claro e manifesto
O lindo ser de vossos olhos belos,
Se não perder a vista só com vê-los,
Já não paga o que deve o vosso gesto.

Este me parecia preço honesto;
Mas eu, por de vantagem merecê-los
Dei mais a vida e a alma por querê-los,
Donde já não me fica mais de resto.

Assim que alma , que vida, que esperança
E que quanto for meu, é tudo vosso;
Mas de tudo o interesse eu só o levo:

Porque é tamanha a bem-aventurança
O dar-vos quanto tenho e quanto posso,
Que quanto mais vos pago,  mais vos devo.


Luís Vaz de Camões

quanto mais bebo, mais sede tenho...

Ferido sem ter cura perecia
O forte e duro Télefo temido
Por aquele que na água foi metido,
E a quem ferro nenhum cortar podia.

Quando a apolínio Oráculo pedia
Conselho para ser restituído,
Respondeu-lhe, tornasse a ser ferido
Por quem o ferira, e sararia.

Assim, Senhora, quer minha ventura,
Que ferido de ver-vos claramente,
Com tornar-vos a ver Amor me cura.

Mas é tão doce vossa formosura,
Que fico como o hidrópico doente,
Que bebendo lhe cresce mor secura.

Luís Vaz de Camões

doce turbação...

uma
doce
turbação
prende-me
ao lugar
que foi
nosso...

doce insónia...

Estou paralisado, de amor. Incapaz de dormir...

Cântico dos cânticos...

todo
o
Cântico
dos cânticos
de
Salomão,

não chega
para te
dizer...

tanto encanto...

tanto
encanto
a
inundar-me
de  ti...

domingo, 4 de dezembro de 2016

fascínio/ansiedade

O meu desassossego desloca-se entre o fascínio dos trabalhos do semestre e a ansiedade da tua vinda.

narrativa de amor

Ver-te, provoca uma vibração alucinada no peito que deixa o coração sem forças, como que  sujeito a um amplexo de ardor, quente e doce. Muito doce...

quanto mais...

quanto
mais
amo
mais penso
quanto
mais
penso
mais amo.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

não consigo...

não
consigo
parar
de
pensar...

só com o teu nome

fiz,

um
poema
que
não
posso
publicar,


com
o teu
nome.

suavemente...

gostava de
ir 
contigo 
ao teatro 
ver uma
peça 
interessante 

e, 

ficar 
com a tua 
mão 
na minha, 
acompanhando, 
suavemente, 
as 
incidências 
do espectáculo.

o meu livro

és
o meu
livro
do
desassossego...

o encanto de ver a banda passar...

Fui ao pão e no regresso, esperei a uma esquina para ver a banda passar.
Por alguma razão, que desconheço, a banda toca sempre uma música bonita quando passa.
Provoca um arrepio e uma vontade de dançar...
E... de repente... estou preso em teus olhos, a dançar ao som da banda.

a espera...

O que há de horroroso na espera
Em qualquer espera
É que o presente
Só o presente
É a vida
A própria vida

Alberto Lacerda, in "Átrio" Imprensa Nacional-Casa da Moeda

na verdade...

Um sofrimento esquecido deixa-nos de algum modo mutilados na alma.
Na verdade, tenho medo é de não ter motivos para sofrer.
Que é o mesmo que não ter motivos para amar.
Que é o mesmo que não amar.

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

completas-me

como
humanos
permanecemos
na
incompletude
do corpo
e da alma.
mas tu
completas-me,
meu amor.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

silêncios...

não há
silêncios
de ti.

vento frio, meu amigo...

troco as voltas
ando ás voltas,

troco o tempo
e a vontade.

há poucas ruas
na cidade
e ver-te dói.

resta-me a planura
e o vento frio
meu amigo.

ó minha amada...


(...)
E o cheiro dos teus perfumes,
melhor que todos os bálsamos.
Teus lábios, ó minha amada,
destilam mel virgem.
Leite e mel na tua língua.
O cheiro dos teus vestidos
é como o cheiro do Líbano.

Cântico dos cânticos de Salomão, Poema Terceiro (excerto)
Herberto Helder, in "Poesia Toda"

as pedras choram...

as pedras
choram

pelos passos

que têm
outros caminhos.

sábado, 26 de novembro de 2016

e...

e,

rodopiar
contigo
numa
alegre
torrente
de música.

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

água...

és
a água

tépida
profunda
penetrada,

docemente
agitada,

pelos
espasmos
do amor,

onde
nado.

pintura na areia...

Para curar-me, o feiticeiro
pintou a tua imagem
no deserto:
areia de oiro - teus olhos,
areia vermelha - a tua boca,
areia azul para os teus cabelos,
e branca, branca areia, para as minhas lágrimas.

Pintou durante o dia, e tu
crescias como uma deusa
sobre a imensa tela amarela.
E pela tarde o vento dispersou
a tua sombra colorida.

E, como sempre, na areia
nada ficou senão o símbolo das minhas lágrimas:
areia prateada.

Herberto Helder, in "Poesia Toda", Poema dos índios Peles-Vermelhas

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

por vezes...

por
vezes
sinto-me
sufocar
de tanto
amar.

toalha de linho...

Chegou para tomar café e ao virar-se, viu-me.
- Olá..., disse.
Estava linda, quando se aproximou sorrindo.
Sentou-se para conversar, deixando-me num alvoroço. Estava tão linda.
Ajeitou os cabelos para a frente por cima do ombro esquerdo, ficando a acariciá-los, suave e repetidamente. Um comportamento usual, nela, perfeitamente enquadrado por uma sensualidade inconsciente e natural, tão intensa...
Começámos mais uma conversa breve, ao mesmo tempo que nos tocávamos profundamente pelo olhar.
Provavelmente uma conversa simples, trivial. Como uma toalha de linho onde bordávamos, um amor proibido...

escravidão...

as
almas
desobedecem
à
escravidão
da norma
e
fundem-se...

terça-feira, 22 de novembro de 2016

o teu vestido...

sucedem-se,
ansiosos,
e
molhados,
os
sonhos
em que
te tiro,
do
corpo,
o
cetim azul
do teu
vestido.


segunda-feira, 21 de novembro de 2016

se fosses luz...


Se fosses luz serias a mais bela
De quantas há no mundo: - a luz do dia!
- Bendito seja o teu sorriso
Que desata a inspiração
Da minha fantasia!
Se fosses flor serias o perfume
Concentrado e divino que perturba
O sentir de quem nasce para amar!
- Se desejo o teu corpo é porque tenho
Dentro de mim
A sede e a vibração de te beijar!
Se fosses água - música da terra,
Serias água pura e sempre calma!
- Mas de tudo que possas ser na vida,
Só quero, meu amor, que sejas alma!


Eugénio de Andrade

numa espécie de imortalidade...

e,
o que
restará,
numa
espécie
de
imortalidade
protegida
pela alma,
será
o amor.

alma nua...

gostava
de,
de tempos
em tempos
despir a alma,

tão só
para
descansar
um pouco,
desta dor
infinita
incontida
constante
e inconformada

que a veste.

domingo, 20 de novembro de 2016

cetim azul...

pudesse,
a voz
da memória,
navegar
num caudal
de palavras,
e confortar-me
a alma,
com a
delicadeza
de um
cetim
azul...

saudade...

Não há saudades mais dolorosas do que as das coisas que nunca foram.


Fernando Pessoa

és...

és

um dardo
de desejo.

amazing...

O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
porque já não posso andar só.

Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
e ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.
Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.

E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se não a vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo, tremo. Não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.

Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio.


Fernando Pessoa 

tengo que besarte...

imagino tus ojos
e la piel se me eriza
son las doce en punto
y mi espíritu aterriza,
te miro delante
y se me agota el tiempo
...tengo que besarte!
...Oh, tengo que besarte, amor!


Amanda Cobar


sexta-feira, 18 de novembro de 2016

romanzeira

a
sensualidade
das
romãs do
meu
quintal,
lembra-me
os seios
e
os lábios
com que
sonho.

abraço...























...
minhas pernas são água,
as tuas são luz
e dão volta ao universo
quando se entrelaçam
até se tornarem deserto e escuro.
e eu sofro de te abraçar
depois de te abraçar para não sofrer.


Mia Couto

mais forte que as palavras...


Isto às vezes é tremendo porque a gente quer exprimir sentimentos em relação a pessoas e as palavras são gastas e poucas. E depois aquilo que a gente sente é tão mais forte que as palavras...

António Lobo Antunes

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

terça-feira, 15 de novembro de 2016

há um momento...


um
momento,
suspenso
no tempo,
que
espera
por nós,

ansioso
como
eu...

domingo, 13 de novembro de 2016

ad aeternum...

A dimensão deste desejo jamais poderá ser delimitada ou definida.
É como uma insatisfação decorrente da satisfação... ad aeternum...

a ausência...

a ausência
nao me
liberta
do
o amor,
que
consome
o
tempo.

sábado, 12 de novembro de 2016

os teus acordes

os
meus
ouvidos
só ouvem
os
teus
acordes.

de olhos cerrados...

e
de olhos
cerrados,
molhados,

dancei,
contigo
na alma,

a suavidade
dos acordes
de,
"dance me
to the end
of love..."


o teu silêncio...

até o
teu
silêncio
é
doce...

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

fica.

fica.

fica
um
pouco
mais,

na
dimensão
do
efémero.


quinta-feira, 10 de novembro de 2016

coisas da placenta...

Provavelmente, a única boa experiência maternal que tive foi enquanto estive na placenta.
Só assim se explica o enorme prazer que sinto em nadar de olhos fechados.
Bem...na verdade abro os olhos a cada 4 segundos :-), para corrigir a trajectória, :-) o que perfaz 3/4 do tempo total de olhos fechados.
É um tempo único, que me permite profundas reflexões..., não obstante a minha concepção de tempo ser diferente da maior parte das pessoas.
Creio que com a idade a minha contagem do tempo passou a fazer-se de forma cíclica, como os maori, isto é, não linear.
Mas é curioso que não dei por isso.
Foi talvez uma transformação inconsciente.
Tanto, faz...
A verdade é que durante o referido período, o tempo parece estar parado... e as emoções, em vez de passarem por mim...permanecem...doces...
Como estou na água não me apercebo se me saem lágrimas dos olhos...

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

outra dimensão...

Não consigo "arquivar", de uma vez por todas, a frustração e a revolta por ver ciclicamente, a falta de respeito dos chamados "ex-combatentes" da Guerra Colonial almoçando alegremente, celebrando e contando "façanhas", a incautos que ainda não eram nascidos quando da sua ocorrência. 
Sim. Falta de respeito pelos que ficaram entregues a outra guerra, violentados de forma sistemática no corpo e na alma... há 55 anos.
Falta de respeito porque celebram o que é inseparável da dor e da devastação deixadas para trás.
Falta de respeito porque se banqueteiam sobre uma memória triste.
A relação que temos com a guerra é uma relação íntima, privada, dolorosa... a não ser que a ausência de escrúpulos determine outra coisa.
A minha relação com a guerra exige a dor de uma ferida eterna.
Tem razão Agustina quando diz:
"A guerra é apetecível. Não me venham dizer que a guerra é obra de generais e de caudilhos. A multidão sabe perfeitamente que vai para uma orgia." E a orgia continua...
Recusar-me-ei até ao último suspiro,  pertencer à multidão.
E que mágoa, sentir que esta "gente" me atinge numa outra dimensão... só minha.

domingo, 6 de novembro de 2016

"ex-combatentes"...

As mentes mortas dos "ex-combatentes" recuperam ciclicamente os destroços trazidos pelas ondas da memoria, com medo da solidão a que estão condenados.


"É uma atitude de indivíduos abandonados à razão, incluindo a razão do seu mundo interior isolada do mundo exterior."

Agustina Bessa-Luís (sobre a guerra)

Prefiro manter-me vivo, lutando diariamente com os meus fantasmas e as minhas paixões, sentindo-os na carne e na alma.

:-)...

A minha alma chora eternamente sem medo da solidão.

sábado, 5 de novembro de 2016

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

:-)

Oh my god ... I lost my mind, so much love. :-)

...e de repente...

e de repente,
invade-me
uma vontade
imensa de
brincar
contigo.

correr
num campo
de
margaridas,
ao som
do teu riso.

abraçar-te
e
rodopiar
até cairmos

no silêncio
de um beijo...

terça-feira, 1 de novembro de 2016

teus olhos

teus olhos
e mãos
disseram,

o que
os lábios
não
falaram.

consigo ouvir...

consigo
ouvir

o suave
ressoar
de um
beijo

inventado
em teu
rosto.

amor impuro...

o nosso amor é impuro
como impura é a luz e a água
e tudo quanto nasce
e vive além do tempo...

Mia Couto

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

domingo, 30 de outubro de 2016

poema sem fim...

na
verdade
és um
poema
sem fim...

o meu
poema...

um desejo...

um desejo?

apenas
um olhar,

meu amor...


salvação

salva-me
este espaço,
onde escrevo
a
imensidão
do amor.

parco sono

no parco
sono
obrigas-me
a sonhar.

depois do sono...

habitas
completamente

a minha
percepção
sensível...

obrigas-me
a dizer
em silêncio,
os
sonhos
transpirados,

depois
do sono.


sábado, 29 de outubro de 2016

perfume de maçã

Como és bela bela, como
és bela, ó amor, ó delicias.

No teu impulso, és como a palmeira -
teus seios são cachos de tâmaras.

Sejam teus seios como cachos de uvas;
teu hálito, perfume de maçã;
tuas palavras um vinho delicado.

Cântico dos cânticos de Salomão, Poema V
Herberto Helder, in "Poesia Toda"

a minha insónia...

a
minha
insónia
vive
do teu
olhar
profundo
e doce...

sentir-te...

sentir-te,
provoca
uma
doce
excitação,
de orgasmo
na alma.

a percepção do amor...

a percepção
do amor,
sustenta
uma
linguagem
comum ao
corpo,
à carne
e à alma.

terça-feira, 25 de outubro de 2016

a montanha

até
o
vento
e o
silêncio
da montanha
me
falaram
de ti.

sábado, 22 de outubro de 2016

preciso de um deus...

preciso
de
um deus
que me
deixe
a tocar
docemente
o amor.

momento

... então,
criaríamos
o momento.

um momento
breve e
discreto,
não classificado
nem normativo.

que
nos beijasse

intensamente.

cartão de beijo :-)

gostava
de te dar
um cartão,
ao jeito
da
belle epoque,
propondo
um beijo,
para
dobrares
o canto
do sim.

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

não tenho coragem de olhar o amor.

Não tenho coragem de olhar o amor, mas o feeling da sua presença e a partilha de um momento belo, enche a alma, de secreta, mas vibrante alegria.

los voy a cuidar com todo my amor...







Regalame tu corazón e dejame entrar a ese lugar.
donde nacen as flores, donde nace el amor

Entrégame tus lábios rotos lo quiero besar
los quiero curar
los voy a cuidar com todo my amor

Es raro el amor ah, es raro el amor ah
Que se te aparece cuando menos piensas

Es raro el amor ah, es raro el amor
No importa la distancia, ni el tiempo, ni lá edad

Moja el desierto de mi alma con tu mirar
con tu tierna voz,
con tu mano en mi mano, por la eternidad

Y entrégame esos lábios rotos, lo quiero besar
los quiero curar,
los voy a cuidar, con todo mi amor


Zoe

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Desencanto

É enorme o desencanto, por perspectivar o inevitável fim da existência, sem ter vivido o momento mágico de beijar uns lábios tão amados, olhando de perto a doçura do seu olhar.

a nossa canção...

e
quando
for
cantado o
amor,
a canção
será
nossa.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

desrazão.

amo-te
porque sim.

na
desrazão
do
impossível
sentido,
de um
amor imenso.

nostalgia...

nostalgia
tanta
de
namorar
contigo,

longamente...

dos ternos
afagos
de conforto,
em teu braço...

e das
conversas
suspensas,
no tempo
sem tempo...


segunda-feira, 17 de outubro de 2016

domingo, 16 de outubro de 2016

ansiedade...

sufoca-me
uma
ansiedade
vibrante

por ver
teus
olhos doces,
meu amor.

medo...

tenho medo
que
não venhas,

tenho medo
que
não olhes,

e
tenho medo
que
vejam

tanto medo
e tanto amor.

o momento...

aproxima-se,
devagar,
muito devagar,
o momento que
traz
o teu olhar.


quinta-feira, 13 de outubro de 2016

terça-feira, 11 de outubro de 2016

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

infinitamente...

na minha
lonjura
vou
alimentar
infinitamente
o sonho
de um olhar
carregado
de beijos.

expedição...


O antropólogo é um ser solitário de quem se espera seriedade, emoção, convicção, discrição... e sofrimento.
Não se enquadra em nada, passível de promover uma atitude cúmplice e grupal, destilada na contemporaneidade, no sentido de facilitar o esvaziamento e a condução da mente.
Não obstante, envolto numa espécie de magia do sensível, não se livra do ardor do desejo, nem da ânsia de um beijo, que o acompanham na expedição, à dimensão das sensações do corpo e da alma.

sábado, 8 de outubro de 2016

toca-me...

toca-me
com o
teu
olhar...

canção de amor

Como hei-de segurar a minha alma
para que não toque na tua? Como hei-de
levá-la acima de ti, até outras coisas?
Ah, como gostaria de levá-la
até um sitio perdido na escuridão
até um lugar estranho e silencioso
que não se agita, quando o teu coração treme.
Pois o que nos toca, a ti e a mim,
isso nos une, como um arco de violino
que de duas cordas solta uma só nota.
A que instrumento estamos atados?
E que violinista nos tem em suas mãos?
Oh doce canção.

Ranier Maria Rilke

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

êxtase...

é um êxtase
sentir-te,
na
elegância
das palavras,

quando
caminhas,

sobre
a plenitude
do sublime.


segunda-feira, 3 de outubro de 2016

é...

é 
na ausência 
da ausência
que o tempo pára.

sábado, 1 de outubro de 2016

poema sonhado

pudesse,
em teu
regaço
depor
uma flor,

e ser, aí,
a minha mão,
flor
também.

Poema criado pelo inconsciente,  num período de sono e sonho.

desejo...

tenho
o desejo
amotinado
no peito.

se cuida

Na frase - "Se cuida", o sujeito te ama.

Isabelle Mayara

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

o encanto


o
encanto
da
voz
do luar,

inaudível
e
ardente,

na
infinitude
do cosmos.


anseio...

anseio
a
profundidade
doce,
de um
olhar
de
desejo.

existência

"A maior parte dos que trataram das paixões atribuem-nas a não se sabe que vício da vontade humana e, consequentemente, preocuparam-se mais com troçar delas ou lastimá-las do que com explicá-las.
No entanto, as paixões, como tudo o que existe, devem resultar das leis necessárias da Natureza divina.
Trata-se, pois, de compreendermos como é que os sentimentos e as paixões estão ligados à nossa dependência em relação ao Universo, isto é, à existência do nosso corpo na extensão.
Trata-se de compreender como é que os sentimentos e as paixões se ligam ás vicissitudes da nossa existência na duração e ás leis inadequadas que temos dessas vicissitudes."


E.Chartier, in "Espinosa"

sábado, 24 de setembro de 2016

sublimação

a
sublimação
da vontade,
conduz
a alma
nas fúria
das vagas.

as tuas mãos

a meu
lado,
as tuas
mãos,
diziam-te,
nervosas.

a
alma
vertia
no desejo
do olhar.

sob a
mesa
sentia-te,

suavemente...

perfeição

o desejo
insatisfeito
é perfeito.

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

no segredo

é um amor
que não
se entrega

um amor
que não
dorme

um amor
livre

no segredo
de tanta
saudade...

há momentos


momentos

que
me obrigam
a escrever

na
ansiedade
feroz

de tanto amar.

sinónimo

o sinónimo
do teu nome
é amor.

calorzinho adocicado...

Voltar à faculdade, para o antropológico mestrado, transmite à alma um calorzinho adocicado, semelhante ao do amor...

estarei ausente

estarei
ausente

na dimensão
encantada
do saber

sonhado

mas
em ti.

és...

és

o
encanto
ausente

que
me ausenta

do tempo.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

cede...

cede

uma vez
apenas

para
que eu
possa
morrer

em
teus olhos
doces.

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

domingo, 18 de setembro de 2016

a solidão da Lua

- Porque é a Lua, solitária?
- Porque teve um amante que não lhe pôde tocar.

poema de amor kwakiutl

Fire runs through my body with the pain of loving you
Pain runs through my body with the fires of my love for you
Pain like a boil about to burst with the love for you
Consumed by fire with my love for you
I remember what you said to me
I am thinking of your love for me
I am torn by your love for me
Pain and more pain, where are you going with my love
I’m told you will go from here, I’m told you will leave me here
My body is numb with grief
Remember what I said, my love, goodbye
An anonymous Kwakiutl Indian

sábado, 17 de setembro de 2016

pediste-me

pediste-me
por amor
de Deus
que não
dissesse
o amor...

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

metade de mim...

e que a minha loucura seja perdoada
porque metade de mim é amor
e a outra metade também...

Osvaldo Montenegro in "Metade" (excerto)

terça-feira, 13 de setembro de 2016

"Careca", o touro de la Peña de 2016.

Vai custar-me dormir, com a dor que sinto na alma, pela tortura lanceada e louca, de "Careca" o touro de la Peña.
Vai custar-me dormir por sentir como, sem forças, vai procurar abstrair-se bebendo nas poças, tentando não pensar na chusma de cobardes que o rodeiam.
Vai custar-me dormir, por imaginar como, a certa altura, este inocente animal desejará morrer... depressa.
Mas sofrerá até ao último sopro de vida, com um desgraçado cobarde encavalitado no dorso, a esfaquear-lhe sucessivamente a nuca. 
Foda-se!
A minha alma estremece ante a dor deste ser indefeso. A alma destes filhos de Puta diverte-se na mais pura boçalidade, atolada em legalidade e tradição.
Desejo muito que morram, lentamente, atolados nessa legalidade e tradição.
Quanta merda escondem, legalidade e tradição...
Terminada a festa, (sempre a festa) a escumalha volta ao seu look de ovelha pacífica, politicamente correta, que faz do divertimento, objetivo. Mesmo sem alegria. 

domingo, 11 de setembro de 2016

sábado, 10 de setembro de 2016

coisa proibida...

Acho que devemos fazer coisa proibida - senão sufocamos. Mas sem sentimento de culpa e sim como aviso de que somos livres.


Clarice Lispector

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

a alma e o corpo

com a
alma
inundada
de ti

o corpo
não me
obedece
duro e
doído

de paixão.

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

benesse

... é quando,
o momento
tranquilo e bom,

sofre uma
alucinada pirueta

e,
mergulha no
velho sentimento
de dor, desespero e
frustração,
que tudo seca.

os olhos, secos e
sem lágrimas,
doem

e dão forma
ao pranto da alma.

seria uma benesse
chorar...

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

és...

és
o
eterno
momento

a
ausente
presença

o
desejo
implacável

que
sinto
no
corpo
e
na alma.


segunda-feira, 5 de setembro de 2016

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

domingo, 28 de agosto de 2016

o sonho...


























o sonho
pertence-me.

silêncio da chuva

anseio
pelo
silêncio
da chuva,

que me
refresque
e
liberte,

do hálito,

de tanto
ruído
bebido.

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

contemplação...

só o
incontrolável
entendimento
do amor,
pode
explicar
o
sofrimento,
ante a
contemplação
de tamanha
delicadeza ...

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

terça-feira, 23 de agosto de 2016

a tua vinda...

a tua vinda
agita-me
o sossego
que não desejo
nem tenho.

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

palavra justa-posta

queria ser
palavra
justa posta,

contigo,

palavra
também.

de sentido
vibrante

e leve.



quarta-feira, 17 de agosto de 2016

castigo Divino


um castigo
Divino
poderá
explicar
a
tortura,
da
ausência
da tua boca,
por troca
com
permanente e
ansiosa
sujeição...

terça-feira, 16 de agosto de 2016

fada do amor

pasmo
em silêncio
de tanto
amar.

queria
um mundo
fadado
por ti.

rente aos meus lábios...

Devias estar aqui rente aos meus lábios
para dividir contigo esta amargura
dos meus dias partidos um a um...

Eugénio de Andrade, in "Terra Limpa" (excerto)

harpa de amor

na verdade,
sinto-me a
harpa
que percorres
com os dedos
da tua
alma e
vibra
de tanto amor.

ó tocadora de harpa...

...Ó tocadora de harpa, se eu beijasse
Teu gesto, sem beijar as tuas mãos!
E, beijando-o, descesse p´los desvãos
Do sonho, até que enfim eu o encontrasse...

Fernando Pessoa, "Passos da Cruz" (excerto)

jamais...

jamais
será
impossível,

um amor,

de
imensidão
dorida,

feito.

é tão largo, o tempo...

é tão
largo,
o tempo
de um
amor
impossível...

o brilho da noite


ansiosamente,
à espera,
que a noite,
não tenha nuvens...

noite

a
contemplação
do teu
nome,
absorve-me
a noite.

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

fénix

ainda não percebi,
que não tenho
sobre mim
aquele olhar
de fénix,
profundo
e terno,
que me
queimou o corpo.

as lágrimas

as lágrimas
são íntimas,
privadas,
secretas.

às vezes
sentam-se
e ficam
um pouco,

a conversar...

díez centimetros de silencio...

hay díez centímetros de silencio
entre tus manos y mís manos
una frontera de palabras no dichas
entre tus lábios y mis lábios
y algo que brilla así de triste
entre tus ojos y mís ojos

Mário Benedetti

domingo, 14 de agosto de 2016

domingo, 7 de agosto de 2016

sábado, 6 de agosto de 2016

encantamento...

a poesia
é
o encantamento.

o encantamento
és tu.


Houdini...

ás vezes
apetece-me
a  liberdade
de
Houdini...
outras
não.

sempre?!...

só a
tua
liberdade.

naquela noite...

Naquela noite fizemos o que mais gostávamos: perdemo-nos nos olhos um do outro.

Pedro Paixão

Adivinhá-mo-nos...

Sei que és como eu.
Quase não precisamos fazer uso da gramática.
Adivinhá-mo-nos.

Pedro Paixão

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

beijo...

Num único beijo saberás tudo
aquilo que tenho calado.

Pablo Neruda

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

tentação

não resisto
à tentação
de
esperar-te...

favos de som

favos de som.
e a doce flauta ondeante
esgota o sopro no fio interminável.

ilimitada, a capacidade de amar.

porque se esconde então o melhor mel
na simetria fechada da colmeia?


Luísa Freire, in "Verde-Nunca"

plenitude de silêncio

também é
plenitude,
o pranto
de silêncio,
apertado
no peito.

a doer

a vida
não faz
sentido,
sem um
amor imenso
a doer.

mais que a dor

dói mais
que a dor,
esta
insustentável
mágoa,
de ser,
sem ti...

na alma

sinto-te
na
alma.

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

celebração

deixa
que renove
o poema
e encha
de novo
o teu copo.

e com,
um vinho
fresco e
suave,
celebre,

contigo.

perda

é indescritível
a sensação de perda,
por
não ter saído
da cama
para escrever
um poema
que a noite
e tu,
me acenderam
e
pela manhã tê-lo
perdido,
diluído no sono.

chega a doer...

por sorte,
tens o dom de
me manter
a alma
acesa,
inundada pela
imensidão
deste amor
embriagado
de poesia.

domingo, 31 de julho de 2016

quarta-feira, 27 de julho de 2016

de noite...

de noite,
vejo-te
melhor...

desejo...


desejo
muito,
mas receio,

olhar
teus olhos
doces,

e que

o meu olhar
fique
inseguro,
pela presença
do mel
da tua boca...

e me traia.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

razão de amor

A razão porque me sinto tão bem comigo próprio, não é uma razão apoiada na felicidade, mas uma razão apoiada na dor e no sofrimento de tanto amar.

domingo, 17 de julho de 2016

sonho de mar

se eu pudesse,
vestido de água,

mergulhar
em teus olhos
doces
e nadar
na tua alma...

sábado, 16 de julho de 2016

terça-feira, 12 de julho de 2016

quinta-feira, 7 de julho de 2016

falta-me o mar...


















falta-me
o mar.
falta-me
o ar
do mar.
falta-me
olhar
o mar.
falta-me
a ternura
da areia,
e o
teu olhar.

terça-feira, 5 de julho de 2016

amar...

amar,
dilata
a alma.
dilata
a existência.

de tanto
êxtase,
alegria
e tormento.

sexta-feira, 1 de julho de 2016

visão fugaz

a tua visão
fugaz,
basta,
para me 
suspender
a alma e
o corpo.

a ansiedade
por ver-te,
atormenta-me
o ar.

quinta-feira, 30 de junho de 2016

stay

stay,
stay with me
in distance

so that
may
feel you,

my love.

inquietude

tudo
me inquieta,
mas é
tão bom
e doloroso...

eterno tormento



















a satisfação
virtual
do desejo,

renova-o.

transformado
em
eterno
tormento.




quarta-feira, 29 de junho de 2016

teu mar

procura-me
no teu mar.




meu amor...























"O amor não é dado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar. Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro dá, ou pelo tormento que provoca. Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam..."

 Martha Medeiros

maré cheia

na maré cheia
vê-se melhor
o que sinto.

metade de mim

metade de
mim
é mar.

a outra
metade...

só tu
sabes...

terça-feira, 28 de junho de 2016

lugar encantado

é
neste lugar
encantado,

que espero

um amor
impossível,

quem sabe
o primeiro,

quem sabe
o único,

quem sabe...

segunda-feira, 27 de junho de 2016

deserto

tenho um
deserto,
só meu.

em segredo,

ondeado por
dunas
de amor
sem horizonte.



sábado, 25 de junho de 2016

virtualidade

saboreio-te
a
virtualidade,
contemplando
e
sonhando
sobre mim,
esse olhar.

vinho doce

a tua
fugaz
visita, é

um
estremecer
suave e doce,
como se,
um
gole de
vinho antigo,
frutado e doce,

fosse...


quinta-feira, 23 de junho de 2016

a tristeza...


a tristeza,
é estado de alma.

é dimensão
do mundo

presente
nos
momentos,

sem tempo.


tristeza



















a tristeza
é uma
catarse.

os pardais...




















os pardais,
são
donos e
senhores,
do meu quintal.
e tu,
dona e
senhora,
da minha alma.

legitimidade do sonho

sim,
na legitimidade
dos sonhos,
sonho...

...deitar-me
contigo
e
adormecer
cansado,

em
teus beijos.

amor indelével

A contemporaneidade trouxe novas classificações. No entanto é importante que fique claro, que a justeza, tardia, da condenação do assédio, às vezes disfarçado de simplicidade inocente, não deve pôr em causa a justeza magoada e à flor da alma, de um poema de amor que nos sufoca a garganta.

terça-feira, 21 de junho de 2016

quietude

inquieta-me
a inquietação
da quietude.

se o vento vier

(...)

se o vento vier,
não tenho mais remédio que abandonar-me e ver
até onde me levam os seus espíritos.

Eugénio de Andrade, in "Vertentes do Olhar"

domingo, 19 de junho de 2016

inquieto-me...

inquieta-me
o amor,

inquieta-me
o desejo,

inquieta-me
o mar,

inquietam-me
as estrelas,

inquieta-me
o silêncio,

inquieto-me...
enquanto
te vivo,

em doce
inquietude...




sábado, 18 de junho de 2016

inquietação

é a
inquietação
que me
devolve
a paz.

jamais
viveria
em paz
sem,
inquietação.


domingo, 12 de junho de 2016

sublime amor...

A perspetiva antropológica contempla a forma mais sublime de amar, porque é inseparável do desejo indelével de preservar o bem estar do Outro.

sábado, 11 de junho de 2016

vertigem

talvez
Deus não goste
de mim.

e usa-me
como cobaia.
não sei...

agitasse-me
o corpo,
inquietasse-me
a alma.
numa
vertigem,

apaixonante...




sexta-feira, 10 de junho de 2016

momentos ansiosos

há momentos em que,
não obstante a emoção,
as palavras,
cansadas,
não conseguem organizar-se
no poema.

são momentos...
ansiosos,
por voltarem a dizer-te.

quinta-feira, 9 de junho de 2016

absurdo

o que é absurdo,
é o horizonte
não me trazer
de volta,
os teus olhos.

segunda-feira, 6 de junho de 2016

anoiteceu-me...

anoiteceu-me
a caminhada
no regresso,
cansado.

mas,
juro que vi
por entre
as
quentes
neblinas
do
pôr do sol,
o sorriso
do teu
olhar.

domingo, 5 de junho de 2016

morreria um pouco

morreria
um pouco
com gosto

se fosse

esse
o preço
a pagar

por
cada vez

que visse
os teus olhos
doces.

confidências

três vidas























Todos temos três vidas: a vida pública, a vida privada e a vida secreta.

Jorge Luís Borges

para ti

para ti criei todas as palavras
e todas as palavras me faltaram...


Mia Couto

sábado, 4 de junho de 2016

a luz da vida

alegria
tristeza
amor
desejo
contentamento
misericórdia
arrependimento
esperança.

sexta-feira, 3 de junho de 2016

o que me habita























O que me habita, não é o desejo de possuir mas o de ser amado, intensamente.

estranhamente

estranhamente,
sinto necessidade
de atualizar a página
dos sofrimentos,
com medo de ter
esquecido algum.

um sofrimento
esquecido
é dramático.

um sofrimento
esquecido
deixa-nos
na alma,
mutilados.

pois...

tenho medo
de não ter,
motivos para
sofrer.

que é o mesmo
que não ter, motivos
para amar.

que é o mesmo
que não amar.

sim, vem.

sim
vem.

vem nos meus olhos
e

dá-me
o teu olhar.

um beijo, apenas.


um beijo
no rosto

e
a tua pele
acende-me.


contraponto

Por vezes,
a perspectiva de algo
que muito desejamos,
acontecer,
retira-nos a
capacidade de pensar.

Por trás,
em contraponto,
espreita o seu inverso.
A negação...
a dolorosa inexistência...
o vazio.

quarta-feira, 1 de junho de 2016

sustento

o que
me
sustenta,
é a
imensa
ternura
que
me inspiras,
no silêncio
da memória.

terça-feira, 31 de maio de 2016

Harambe e o menino

o teu "gosto",
no que disse
sobre
Harambe e
o menino,
soltou as
lágrimas
que
me sufocavam.

fico-te grato.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

o primeiro beijo

o primeiro
beijo
que te
der,
será suave
muito suave,

mas 
ansioso,

depositado
ao de leve,
no mel
dos teus
lábios.

sonhar-te

se o sonho
comanda
a vida,
não tenho
alternativa
senão
sonhar-te.

permanente poema

é a lonjura
que
me obriga
ao permanente
poema que
é,
a permanência
de
pensar
em ti.

boca de mel...

não vais
acreditar,
mas até
as buganvilias
e os aipos,
os morangos
e as romãs,
os pintassilgos
e os pardais,
me falam
de ti,
... boca de mel.


quinta-feira, 26 de maio de 2016

cetim azul...


Molhado de suor

Eu gosto
É de te ver bonita
Com aquele vestido
Que eu acho que era branco
E que no fim do ano
Você tingiu de azul
Você tingiu de azul...

Eu gosto
É de olhar teus olhos
Se espalhando na tarde
Em busca de miragens
De bolas coloridas
Que desciam pelo céu
Que desciam pelo céu...

Eu gosto
É de morrer de sede
É de beber teus beijos
É de tocar teu corpo
Molhado de suor
Molhado de suor...

Alceu Valença

quarta-feira, 25 de maio de 2016

palavras não ditas




luto
contra o
vento,
para que
não
espalhe
as palavras
caídas,
que
te
não digo,
de tanto
amor.

até à exaustão...

contemplo
até à
exaustão,
o doce
esplendor
do teu
rosto,
na esperança,
que recuso,
de
apequenar
esta dor.

mágoa sufocada...

As palavras presas na alma, podem em qualquer momento, ser ditas, pronunciadas.
Mas para que evolem para sempre no tempo, em liberdade, impõe-se que sejam ouvidas.
Claro que a sua acumulação obriga a que pontualmente sejam pronunciadas, tal o ardor com que aguardam...
Mas a ausência da audição libertadora em breve devolverá a mágoa sufocada e distante.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

contemplo-te

contemplo-te,
contemplo-te,
contemplo-te...

ausente
de mim,

sonho
ser,
na areia,

mar
insaciado,
de ti...

domingo, 22 de maio de 2016

molhado de suor


suave nudez

olhar,
a suave
nudez
de teus
braços,
a doce
profundidade
dos teus
olhos e
o cálice do
teu
sorriso,
quase me
sufoca.

vergastado amor...

e
de repente
explodiu
minha tarde
calma.

a
preto e branco
atordoaste
minha alma,

e
incendiaste
o meu
vergastado amor.

quarta-feira, 18 de maio de 2016

depois da chuva


as palavras
do teu
nome
surgem,

como
aipos
viçosos
depois da
chuva,

para me
percorrer
a espinha
e a alma,

num arrepio
agridoce
de paz.


quinta-feira, 12 de maio de 2016

em ti

quero mais
que a fusão
efémera
do sexo.

quero,
em ti
diluir-me
de amor.

e de súbito...

e de súbito desaba
o silêncio.
é um silêncio sem ti
sem álamos
sem mar.

só nas minhas mãos
ouço
o silêncio das tuas.

Eugénio de Andrade

quarta-feira, 11 de maio de 2016

ver-te dói.

troco as voltas 
ando ás voltas

troco o tempo
e a vontade

há poucas ruas
e ver-te 
dói.

resta-me 
a planura
e o vento frio 
meu amigo.




sábado, 23 de abril de 2016

domingo, 17 de abril de 2016

sexta-feira, 15 de abril de 2016

quarta-feira, 6 de abril de 2016

terça-feira, 5 de abril de 2016

tão pouco...

é tão pouco,

poder
contornar-te
o corpo
sonhado,
com palavras,

até
voltar a
não ser
capaz de
dormir.

na interrupção do sono

e se, na
interrupção
do sono
surges,
delicada
e breve,
não mais
me abandona
uma sinuosa
e delirante
insónia.

casualidade

um casual
espontâneo
e reservado
encontro,
por certo
se
transformaria
num
precipitado
abraço
de beijos...

domingo, 3 de abril de 2016

a ti...

no campo,

não há
erva
nem flor,
ave
ou insecto,
árvore
ou ribeiro,

que não
me leve

a ti...



quinta-feira, 24 de março de 2016

sem que o saibas

tenho
na alma
uma imagem
de ti,

entre imensas
outras,

publicadas e
frias...

é
uma em que
olhas,
com muito amor...

sem
que o
saibas.

quarta-feira, 23 de março de 2016

sim, falei contigo...


sim,
falei contigo.

falo sempre
contigo.
falo muito
contigo,
seja
de noite,
seja de dia,
seja à
hora
do meio-dia.

se escutares
ouvirás,
a minha alma
procurando
a tua.



sábado, 19 de março de 2016

sábado, 5 de março de 2016

não podes...

não podes
fugir
do amor.

tão
pouco
eu posso
ajudar-te,
a
fazê-lo.

valha-nos
a sua
oculta
e cúmplice
eternidade.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

antes que o mundo se acabe... :-)

(...)

e nos cobrimos de beijos
e de flores
antes que o mundo se acabe...

Hilda Hilst

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

dizer-te nos olhos

engraçado...
que
nestes monólogos
de alma
te trate
incontornavelmente
por tu.

coisa que nunca
aconteceu.

imaginando
na lonjura,
suponho que
o meu peito
explodiria se,
pudesse dizer
em teus olhos
doces:
amo-te.

diz-me

diz-me
que
também
é teu
este
segredo.

num olhar

são tão
intensos
os momentos
que me
não dás,
passando
nervosa,
num olhar...

domingo, 14 de fevereiro de 2016

o meu inimigo...

"(...)
Sempre no meu amor a noite rompe.
Sempre dentro de mim o meu inimigo.
E sempre no meu sempre a mesma ausência."


Carlos Drummond de Andrade

em ti

queria
tanto,
mas tanto,
esvair-me
em ti.

gift...


sábado, 13 de fevereiro de 2016

contigo...

nunca

é o meu
tempo,

de um
sono
ausente,

entre
saliva e
suor.

mas nunca é tempo...

Bolo doce que eu veja
a sal me sabe.
Até o mais suave e doce vinho
é para mim como fel de ave.
Só teus beijos a meu coração dão vida.
O que encontrei, Amon o dê
para toda a eternidade.

Literatura egípcia
in, Cantigas de Amor do Oriente Antigo

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

indispensável

“O erotismo é uma das bases do conhecimento de nós próprios, tão indispensável como a poesia.” 


ANAÏS NIN

sábado, 23 de janeiro de 2016

sim.

sim.

confesso
que sonho
com teus
beijos.

mas no
acordado
suor,
anseio
apenas
um olhar,

silencioso,
profundo

e teu.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

tive tanto medo, de te olhar...

a alegria
a tensão
e o medo,

sim,
o medo.

um medo
estranho
e intenso,

de que o
meu olhar
denunciasse

tanto amor.



quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

um cansaço...

fica no peito
um
cansaço
que não me
deixa
pensar
nem dormir.
quero-te tanto...

o teu copo

encher
teu copo,
enche-me
a alma.

liberdade...

as emoções
não têm
liberdade
para olhar,
teus olhos.