sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Nada que é tudo





















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Nada que é tudo meu amor se o mudo
novelo das palavras desatar
um fio de água agudo
ainda por cantar.

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Como escutar   amor   laranja
   carência   coração
se em volta das palavras há o cerco
de tudo o que não são?

José Carlos Ary dos Santos, in "Obra Poética"
imagem - c o

abaixo a tolerância




















Tolerarmos o "outro", é colocar-mo-nos numa posição de superioridade que nada mais é, que  falta de respeito. Muito simplesmente, o que temos de fazer é respeitar o "outro" na totalidade da sua diferença.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

por um olhar, um mundo


















Por um olhar, um mundo;
por um sorriso, um céu;
por um beijo...não sei
que te daria eu.

Gustavo Adolfo Bécquer
imagem - c o

terça-feira, 28 de agosto de 2012

o intelectual e o politico

























A missão do chamado "intelectual", é, de certo modo, oposta à do politico. A obra intelectual aspira, frequentemente em vão, a aclarar um pouco as coisas, enquanto o politico sói, pelo contrário, consistir em confundi-las mais do que já estavam. Ser de esquerda é, como ser de direita, uma das infinitas maneiras que o homem pode escolher para ser um imbecil: ambas, com efeito, são formas de paralisia moral.


José Ortega e Gasset
imagem - c o

domingo, 26 de agosto de 2012

diversidade






















Todos os pensamentos que renunciam à unidade exaltam a diversidade. E a diversidade é o lugar da arte. O único pensamento que liberta o espírito, é aquele que o deixa só. Nenhuma doutrina o solicita.

Albert Camus
imagem - c o

sábado, 25 de agosto de 2012

hay que endurecerse...

















"Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás."

Che Guevara
imagem - co

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

de passagem



















Redes de teias de aranha ou coisas iguais,
Que me atormentam os solavancos,
Desta passagem entre margens.

Estou no meio da ponte,
Vou para o outro lado,
Não me interessam os interesses fugazes
Dos donos das redes, das teias ou coisas iguais,

Eu sou do regato e das hastes das heras,
Não me dou presa nos currais
Onde dominam as teias,
Mesmo que belas e originais.

Fátima Marinho, in "Ama-me, sem me suportares"
imagem - c o

contemplação II



















Observando abutres do Egipto no Douro Internacional.

imagem - c o, "Bolota"

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

esta lonjura


















A luz recortada dessa ausência
Desfaz-se,
A contra gosto,
Na distância.

Pior que o grito,
É esta lonjura de infinito.

Este não ter desejo de te ter,
Este não saber como te sinto.

Este dizer
Que te não quero
E já não és.
E não saber se isto é verdade
Ou minto.

Fátima Marinho, in "Ama-me, sem me suportares"
imagem - c o

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

a festa


























A noção de quotidiano, realidade, presente,  está um pouco perdida, sendo que não parece haver nas pessoas a percepção dos mesmos e o gosto por vivê-los.  Fingem que têm gosto pela vida, vivendo em festa.
 A festa pimba, a festa com dj, a feira anual, a festa da sardinha, a feira do queijo, a feira do enchido, a garraiada, o jogo de futebol etc, etc...
Perdeu-se o papel equilibrador da festa, porque estamos sempre em festa. Isto é, banalizou-se a festa.
Entristece não ver nos humanos portugueses a expectativa  pelo presente. o prazer de viver a sua realidade, e o gosto por pensar,... em silêncio. (a crise é outra história e não é para aqui chamada :-))
Vivem, pelo contrário a pensar  no próximo fim de semana, nas próximas férias,...na próxima festa.
Sempre achei os fins de semana e as férias, deprimentes. Paramos o corpo e o cérebro. Ora corpo está vocacionado para o movimento e o cérebro para a reflexão. É aqui que enquadro (desenquadro) este alucinante ritmo festivo.
Não faz sentido. Os humanos portugueses fizeram da festa um objectivo.
Não será por acaso que Miguel Unamuno afirmou: "Os Portugueses são um povo triste, até quando sorri".

Sinto-me "em festa" fora da festa. E não sou  triste.

c o
imagem - "laranjas quadradas"

terça-feira, 21 de agosto de 2012

...um breve instante.




















"...extrair o suco da fertilidade é possível no arco íris mais elevado,
suficientemente longe do chão imenso e demasiado..."

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

ser feliz é um dever

























É difícil ser feliz; requer espírito, energia, atenção, renúncia e uma espécie de cortesia que é bem próxima do amor. Ás vezes é uma graça ser feliz. Mas pode ser, sem graça, um dever. Um homem digno desse  nome agarra-se à felicidade, como se amarra ao mastro em mau tempo, para se conservar a si mesmo e aos que ama. Ser feliz é um dever. É uma generosidade.

Louis Pauwels
imagem - c o

terça-feira, 14 de agosto de 2012

bolo doce...

























Bolo doce que eu veja
a sal me sabe.
Até o mais suave e doce vinho
é para mim como fel de ave.
Só teus beijos a meu coração dão vida.
O que encontrei, Amon o dê
para toda a eternidade.

Literatura egípcia
in, Cantigas de Amor do Oriente Antigo
Estudo e tradução de José Nunes Carreira, Edições Cosmos
imagem - c o (acrílico sobre telha de barro)

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

açucena e macieira


























Sou narciso de Saron,
uma açucena do vale.
Como açucena entre espinhos,
é minha amada entre as donzelas.

Macieira entre árvores silvestres
meu amado entre os rapazes,
à sua sombra quisera eu estar,
seu fruto doce saborear

de Literatura hebraica antiga, Canto Maior de Salomão (1300 anos a.C.).
in, Cantigas de Amor do Oriente Antigo
Estudo e tradução de José Nunes Carreira, Edições Cosmos
imagem . c o

amor trágico





















Ó minha lubi (1), minha lubi, minha lubi,
minha labi (2), minha labi, minha labi, meu mel da mãe que te deu á luz,
minha uva suculenta, meu mel..., minha boca-de-mel de sua mãe,
o brilhar dos teus olhos é um deleite para mim,
vem, minha irmã (3) amada!
O saudar da tua boca é um deleite para mim,
minha boca-de-mel de sua mãe,
o beijar meu peito dos teus lábios é um deleite para mim
vem, minha irmã amada!
Minha irmã, é boa a cerveja do teu grão,
minha boca-de-mel de sua mãe,
é boa a bebida cintilante da tua "cerveja-pão",
vem, minha irmã amada!
Na tua casa, a tua exuberância é um deleite para mim,
minha boca-de-mel de sua mãe,
minha irmã, a tua exuberância é um deleite para mim,
vem, minha irmã amada!

Literatura Suméria
in, Antologia de Cantigas de Amor do Oriente Antigo
Estudo e tradução de José Nunes Carreira, Edições Cosmos
imagem - c o


lubi - palavra onomatopaica de carinho: "querida", "amor".
labi - idem.
irmã - palavra sem relação de consanguinidade.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

golfinho



















...deixou fugir o choco. :-))


imagem - c o  "Elfo"

saudade





















"Estou cheia de saudade de você mas aguento firme."


Clarice Lispector
imagem - c o "Uva"

há momentos...














"Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém, que o que mais queremos é tirar essa pessoa de nossos sonhos e abraçá-la."

Clarice Lispector
imagem - c o 

domingo, 5 de agosto de 2012

schubert


ternura


























Democratiza o Amor sem temor nem pudor.

Fátima Marinho, in "Ama-me, sem me suportares"
imagem - c o (acrílico sobre telha de barro)


sábado, 4 de agosto de 2012

paixão


























Afloramento de razões incontroláveis e incontornáveis.

Fátima Marinho, in "Ama-me sem me suportares"
imagem - c o (acrílico sobre telha de barro)

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

terror de te amar...




Terror de te amar num sítio tão frágil como o mundo

Mal de te amar neste lugar de imperfeição
Onde tudo nos quebra e emudece
Onde tudo nos mente e nos separa.

Sophia de Mello Breyner, in "Coral"
imagem - c o