terça-feira, 30 de junho de 2015

tudo...

tudo,
mesmo tudo
o que
faço
é,
por amor.

não me
deixas,
alternativa.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

antes, durante, depois...

antes,
durante,
depois,

enches-me
a alma

e
por isso
é

impossível
perder-te.

terça-feira, 23 de junho de 2015

em frente do mar























Pergunto a mim próprio em que noite nos perdemos?, 
que desencontro nos levou de um a outro lado das
nossas vidas? e que caminhos evitámos para que os nossos
passos se não voltassem a cruzar? Mas as perguntas que
te faço, hoje, já não têm resposta. Sento-me contigo,
nesta mesa da memória, e partilho o prato da solidão. Tu,
na cadeira vazia onde te imagino, sacodes o cabelo com
um aceno de ironia. E dou-te razão: as coisas podiam
ter sido de outro modo. Não te disse as palavras que
esperaste; e havia o mar, com as suas ondas, nessa tarde
em que me puxaste para longe da cidade, como se
a noite não nos obrigasse a voltar, quando o horizonte
se apagou a nossa frente. Depois disso, nenhuma
pergunta tem resposta. O que é absurdo há-de continuar
absurdo, como o horizonte não se voltou a abrir,
trazendo de volta os teus olhos que me pediam que
os olhasse, até que a noite me impedisse de o fazer.

Nuno Júdice
imagem Dorka Simanyl

segunda-feira, 22 de junho de 2015

saí de mim...


"Só há um modo de escapar de um lugar: é sairmos de nós. Só há um modo de sairmos de nós: é amarmos alguém."

Mia Couto

dou-te os dias...

















Dei-te os dias, as horas e os minutos 
Destes anos de vida que passaram;
Nos meus versos ficaram
Imagens que são máscaras anónimas
Do teu rosto proibido;
A fome insatisfeita que senti
Era de ti,
Fome do instinto que não foi ouvido.


Miguel Torga

domingo, 14 de junho de 2015

mitos com pés de barro

Fico grato ao que me desilude, pela sensação de bem-estar que transmite, associada à clareza desmistificadora da nova perspectiva.

quinta-feira, 11 de junho de 2015