terça-feira, 31 de maio de 2016

Harambe e o menino

o teu "gosto",
no que disse
sobre
Harambe e
o menino,
soltou as
lágrimas
que
me sufocavam.

fico-te grato.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

o primeiro beijo

o primeiro
beijo
que te
der,
será suave
muito suave,

mas 
ansioso,

depositado
ao de leve,
no mel
dos teus
lábios.

sonhar-te

se o sonho
comanda
a vida,
não tenho
alternativa
senão
sonhar-te.

permanente poema

é a lonjura
que
me obriga
ao permanente
poema que
é,
a permanência
de
pensar
em ti.

boca de mel...

não vais
acreditar,
mas até
as buganvilias
e os aipos,
os morangos
e as romãs,
os pintassilgos
e os pardais,
me falam
de ti,
... boca de mel.


quinta-feira, 26 de maio de 2016

cetim azul...


Molhado de suor

Eu gosto
É de te ver bonita
Com aquele vestido
Que eu acho que era branco
E que no fim do ano
Você tingiu de azul
Você tingiu de azul...

Eu gosto
É de olhar teus olhos
Se espalhando na tarde
Em busca de miragens
De bolas coloridas
Que desciam pelo céu
Que desciam pelo céu...

Eu gosto
É de morrer de sede
É de beber teus beijos
É de tocar teu corpo
Molhado de suor
Molhado de suor...

Alceu Valença

quarta-feira, 25 de maio de 2016

palavras não ditas




luto
contra o
vento,
para que
não
espalhe
as palavras
caídas,
que
te
não digo,
de tanto
amor.

até à exaustão...

contemplo
até à
exaustão,
o doce
esplendor
do teu
rosto,
na esperança,
que recuso,
de
apequenar
esta dor.

mágoa sufocada...

As palavras presas na alma, podem em qualquer momento, ser ditas, pronunciadas.
Mas para que evolem para sempre no tempo, em liberdade, impõe-se que sejam ouvidas.
Claro que a sua acumulação obriga a que pontualmente sejam pronunciadas, tal o ardor com que aguardam...
Mas a ausência da audição libertadora em breve devolverá a mágoa sufocada e distante.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

contemplo-te

contemplo-te,
contemplo-te,
contemplo-te...

ausente
de mim,

sonho
ser,
na areia,

mar
insaciado,
de ti...

domingo, 22 de maio de 2016

molhado de suor


suave nudez

olhar,
a suave
nudez
de teus
braços,
a doce
profundidade
dos teus
olhos e
o cálice do
teu
sorriso,
quase me
sufoca.

vergastado amor...

e
de repente
explodiu
minha tarde
calma.

a
preto e branco
atordoaste
minha alma,

e
incendiaste
o meu
vergastado amor.

quarta-feira, 18 de maio de 2016

depois da chuva


as palavras
do teu
nome
surgem,

como
aipos
viçosos
depois da
chuva,

para me
percorrer
a espinha
e a alma,

num arrepio
agridoce
de paz.


quinta-feira, 12 de maio de 2016

em ti

quero mais
que a fusão
efémera
do sexo.

quero,
em ti
diluir-me
de amor.

e de súbito...

e de súbito desaba
o silêncio.
é um silêncio sem ti
sem álamos
sem mar.

só nas minhas mãos
ouço
o silêncio das tuas.

Eugénio de Andrade

quarta-feira, 11 de maio de 2016

ver-te dói.

troco as voltas 
ando ás voltas

troco o tempo
e a vontade

há poucas ruas
e ver-te 
dói.

resta-me 
a planura
e o vento frio 
meu amigo.