sábado, 31 de maio de 2014

é tão larga, a vida...

é tão larga,
a vida.

mais larga
que comprida...

e o tempo...
ah, o tempo...

o tempo,
será
sempre pouco,

para tanta
intensidade.

sexta-feira, 30 de maio de 2014

A fragilidade humana é imensa.

A fragilidade humana é imensa.
Ao ver pela quarta vez o filme "O Caçador" com Robert de Niro, Meryl Streep, Christopher Walken, John Savage, sobre os traumas da guerra do Vietname, reparo que, quanto mais o tempo passa mais difícil se torna lembrar a maldita guerra colonial portuguesa.
O aperto na alma e o nó na garganta, quase sufocam. Acho que não vou ver este excelente filme pela quinta vez.
Na verdade, já na segunda vez e terceira, em que vi o filme, disse a mim próprio que seria melhor não ver até ao fim.
Mas o filme é dolorosamente fascinante...
A frase de, de Niro: "Sinto-me longe", é lancinante e profunda, revelando com toda a pureza, a solidão da guerra.

terça-feira, 27 de maio de 2014

brisa cálida

contudo,
uma brisa cálida,
passa
entre um bosque
de memórias,
enraizado
na alma...

orgasmo dorido

por ver-te,
o cérebro
agita-se,
numa explosão,

de orgasmo
incontrolável
e dorido.



segunda-feira, 26 de maio de 2014

ternura inútil...

sinto
em mim,
um excesso
de ternura inútil,
que,
lentamente,
me consome,
e sobra
em amor.

domingo, 25 de maio de 2014

cosmogonia

poder-se-ia
falar
de cosmogonia
do amor,
não fosse
o amor
inexplicável.


sábado, 24 de maio de 2014

nada garante que tu existas





















Nada garante que tu existas
Não acredito que tu existas

Só necessito que tu existas

David Mourão-Ferreira, in "Obra Poética"

quarta-feira, 21 de maio de 2014

terça-feira, 20 de maio de 2014

segunda-feira, 19 de maio de 2014

o respeito pelo outro




















Dar forma e conteúdo ao respeito pelo "outro", não é apenas institui-lo como regra, e sentar à sombra a observar. Tal tarefa, pois é disso que se trata, deve pertencer ao nosso quotidiano, no sentido de nos adaptarmos à permanente mutação da realidade, e não confundirmos os nossos direitos, com a perda de direitos dos outros. 
Há uma dica muito antiga e simples, que continua a dar resultado: colocar-mo-nos na pele do "outro", e reflectir segundo os seus parâmetros. 
Assim, perderemos o medo ancestral, do feio, do estranho, do diferente, do "outro", e podemos corrigir-nos a nós próprios...sem preconceitos, pondo em prática um dom, também ele,  (ao contrário do que parece) intrínseco ao ser humano - a dádiva. 

serei...

serei sempre
o que sinto

sim, gostava...

sim.
gostava, que a vida me devorasse de uma vez por todas,
e eu ficasse como um feto, a nadar nas suas entranhas.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

libertação

Será mensurável
aquilo que sentimos
profundamente?

Não creio.

A dimensão do que sentimos
profundamente,
é da dimensão do Cosmos,
e a dimensão do Cosmos é o Infinito.

Assim sendo,
um Amor profundo
é uma libertação.

cofre de momentos

são tantos
os momentos
que guardo,
num cofre
de alma feito.

pérolas
que contemplo,

a espaços
de saudade.

e com zelo torno,
a guardar.



quarta-feira, 14 de maio de 2014

poema sonhado

pudesse,
em teu regaço
depor
uma flor,

e ser, aí,
a minha mão,
flor também.

Poema criado pelo inconsciente,  num período de sono e sonho.

os instantes superiores da alma


´

















Os instantes superiores da alma acontecem-lhe
na solidão,
quando o amigo
e a ocasião terrena se retiram para muito longe.
Ou quando
ela própria,
subiu a um plano tão alto para reconhecer menos do que a sua omnipotência.
Essa abolição mortal é rara
mas tão bela como aparição
sujeita a um ar absoluto.
Revelação da eternidade aos seus favoritos,
bem poucos.
A gigantesca substância da imortalidade. 


Emily Dickinson, in "Poemas e Cartas" 

terça-feira, 13 de maio de 2014

no peito

tenho
o desejo
amotinado
no peito.

praia

porque tenho
a alma
inundada
do mar
que és,
descerei à praia,
para desfraldar
o desejo,
de um beijo...

segunda-feira, 12 de maio de 2014

cheio de amor




















tímido,
o poema
incompleto,
cruzou o tempo,
cheio de amor...


sexta-feira, 9 de maio de 2014

às vezes...

às vezes,
porque tudo dói,
há um pranto
contido,
que me invade
e conforta,
de ti.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

amar o momento















prefiro não ter,
...o momento.
do que ter
e não ver,
não sentir,
e não amar
o momento.

buganvilia

...ouço,
o zumbido
apaixonado
das abelhas,
na buganvilia
...do meu quintal.



quarta-feira, 7 de maio de 2014

que perda...


que perda...
o momento
fugaz
mágico
inconsciente
e incontido,
que passou,
e me deixou
a alma
num alvoroço.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

que paz?!

angustia-me vencer.

há um drama na vitória:
- a derrota.

a dor,
a mágoa,
de ser,
de sentir,
sem sentido.

é
um preço alto
a pagar,
por paz.


..não ingénuos

O que está a mais na ingenuidade é a presença dos não ingénuos.

domingo, 4 de maio de 2014

quiçá

tem de haver
uma explicação
para que tudo doa.

uma verdade.

quiçá uma pedra de toque,
que liberte.

asas

estive contigo
ao vento,
nas asas da minha alma

lembrança

e tudo o que tem vida e não tem,
e todos os sítios e lugares,
e todas as horas e momentos,
e todas as lembranças,
lembradas e por lembrar,
me lembram...


***




in Chiado Editora

sábado, 3 de maio de 2014

por mais que tente

Por mais que tente, não consigo ficar indiferente ao desalento e às lágrimas, dos jogadores da equipa derrotada pela equipa da minha simpatia.
A alegria que sinto, pela vitória da minha equipa é sempre muito breve por isso.
Procuro pensar noutra coisa, para não sentir um peso na consciência, ante a dor do "outro ".
É muito antiga esta emoção, devo chamar-lhe assim.
Mas, na verdade ninguém quer saber deste meu "problema", que não se enquadra na perspectiva dominante: a perspectiva FB.
Se eu me atrevesse a colocar esta refleção no facebook, alguém gritaria:
- Abaixo a liberdade de pensamento! Vivam os copos, jantaradas e afins! Viva o Facebook!


quinta-feira, 1 de maio de 2014

retorno

quando o vento
traz
o retorno da minha alma
no silêncio
das  tuas palavras,
ditas...
é que eu sossego.