quarta-feira, 22 de agosto de 2012

a festa


























A noção de quotidiano, realidade, presente,  está um pouco perdida, sendo que não parece haver nas pessoas a percepção dos mesmos e o gosto por vivê-los.  Fingem que têm gosto pela vida, vivendo em festa.
 A festa pimba, a festa com dj, a feira anual, a festa da sardinha, a feira do queijo, a feira do enchido, a garraiada, o jogo de futebol etc, etc...
Perdeu-se o papel equilibrador da festa, porque estamos sempre em festa. Isto é, banalizou-se a festa.
Entristece não ver nos humanos portugueses a expectativa  pelo presente. o prazer de viver a sua realidade, e o gosto por pensar,... em silêncio. (a crise é outra história e não é para aqui chamada :-))
Vivem, pelo contrário a pensar  no próximo fim de semana, nas próximas férias,...na próxima festa.
Sempre achei os fins de semana e as férias, deprimentes. Paramos o corpo e o cérebro. Ora corpo está vocacionado para o movimento e o cérebro para a reflexão. É aqui que enquadro (desenquadro) este alucinante ritmo festivo.
Não faz sentido. Os humanos portugueses fizeram da festa um objectivo.
Não será por acaso que Miguel Unamuno afirmou: "Os Portugueses são um povo triste, até quando sorri".

Sinto-me "em festa" fora da festa. E não sou  triste.

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imagem - "laranjas quadradas"

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