Quero escrever.
Quero muito, escrever.
Mas,
já comecei três vezes
e apaguei outras tantas
o que escrevi.
Quanto mais cheia tenho a alma,
mais me custa escrever,
e mais vontade tenho de o fazer.
As palavras empurram-se
junto à saída,
sem encontrarem um consenso
ordenado.
E,
ao mergulhar no inconsciente,
consciente, (tarefa impossível)
as coisas não melhoram.
Tenho em permanência
a mesma visão doce e dorida.
Sinto,
colado na pele,
na carne,
na alma,
um anátema de desejo insuportável,
de um beijo longo e doce...
muito doce...
Escrevo para me sentir.
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