quarta-feira, 17 de setembro de 2014

amar e calar

Mas, porque me tocou um amor crepuscular,
há que amar diferente. De uma grave paciência
ladrilhar minhas mãos. E talvez a ironia
tenha dilacerado a melhor doação.
Há que amar e calar.
Para fora do tempo arrasto meus despojos
e estou vivo na luz que baixa e me confunde.


Carlos Drummond de Andrade

Sem comentários:

Enviar um comentário