Toma-me, noite.
Se vens à minha procura,
eu aqui estou. Toma-me, noite,
sem sombra de amargura.
consciente do que dou.
Nimba-te de mim e de luar.
Disperso em ti serei mais teu.
E deixa-me derramado no olhar
de quem já me esqueceu
Eugénio de Andrade, in "As mãos e os frutos"
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