quinta-feira, 1 de agosto de 2013

delirio






Nua, mas para o amor não cabe o pejo
...Na minha a sua boca eu comprimia.
E, em frémitos carnais, ela dizia:
Mais abaixo; meu bem, quero o teu beijo!
Na inconsciência bruta do meu desejo
Fremente , a minha boca obedecia,
E os seus seios, tão rígidos mordia,
Fazendo-a arrepiar em doce arpejo.
Em suspiros de gozos infinitos
Disse-me ela, ainda quase em grito:
Mais abaixo, meu bem!? Num frenesim.
No seu ventre pousei a minha boca,
Mais abaixo, meu bem!? Disse ela, louca,
Moralistas, perdoai! Obedeci.


Olavo Bilac


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