segunda-feira, 19 de novembro de 2012

o meu maior fantasma


Decorridos muitos séculos de evolução, o "saldo" da brilhante sociedade ocidental,  resume-se à escravatura e ao pecado. O capitalismo moderno soube adaptar estas  2 "valências",   acrescentado-lhe o racismo.

Ando "nisto" há 62 anos e detesto teorizar,  mas,  aqui que ninguém me houve e só almas puras me lêem  vou aliviar um pouco o peito.

Qualquer cultura assenta em atitudes e preceitos, isto é, pilares de sustentação de si próprias. Quando uma comunidade não está bem, algo se passa ao nível das normas que lhe estão associadas;  ou porque não existem, ou porque são defeituosas, ou porque não são respeitadas. Isto é elementar, suponho.
A principal característica de uma cultura é,  desde há milénios, a sua relação com o divino. Não importa aqui, esmiuçar o fenómeno religioso... - existe e é o pilar de todas as culturas à volta do mundo, sejam elas: cristã, islâmica, judaica, budista, hindu ou animista, ponto final.
Assim sendo, verificamos  que o pilar da sociedade mais poderosa, moderna e dominante, - a chamada sociedade ocidental, - é o cristianismo.
E,  por outro lado que é esta sociedade, que serve de berço a fenómenos  como: violência gratuita, crime organizado, (redes de pedofilia, tráfico de seres humanos, etc...) e toda uma diversidade de atitudes humanamente absurdas e instituídas.
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A partir do momento em que portugueses e espanhóis se espalharam pelo mundo a levar a "nova moral", (na América pós-colombiana, Cortez e Pizarro, para tal, mataram 20 milhões de índios, enquanto os portugueses "trabalhavam" a costa de África e a Índia)  o processo de esmagamento do "outro" nunca mais parou.
É este desrespeito boçal pelo "outro", a  raíz do sistema capitalista. Do sistema capitalista falido que nos trouxe até ao sec XXI, com a promessa do bem estar para todos, da educação para todos... uma treta gigantesca manipulada pelos abutres,  que passaram a controlar o poder através de uma imensidão de "mecanismos legais".

É claro que as outras culturas, que não abdicaram do seus conceitos de honra, têm dificuldade em entender isto. 
Dói a alma pensar que a cultura árabe que nos trouxe a poesia, a música, a ciência, as artes, o respeito pelo "outro",  (que instituiu sempre enquanto poder,  o respeito pelos outros cultos), foi empurrada para o gueto da violência.
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Nas minhas aulas de catequese há mais de 50 anos, foi-me dito que as pessoas com a cor de pele negra, tinham a pele dessa cor por terem cometido um  pecado grave, (não especificado) tendo  por isso sido castigadas por Deus.

...ainda  ninguém me pediu desculpa. 

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