quarta-feira, 27 de novembro de 2013

trans-siberiano

É angustiante observar a “morte mental” de pessoas a partir dos 40 e poucos anos. (tão novinhos)
Nota-se neste estrato, um acomodar em torno de uns copos, de um concordar com o que a maioria pensa dando-lhe um toque pessoal à láia de autoria.
Imensa gente estrutura a sua “vida” baseada numa cultura de imagem, de status, recolhida dos meios difusores. Uma cultura de viagem, uma cultura de passagem...para o fim de semana, para a próxima quadra festiva, para as próximas férias...para a próxima viagem...
Mas...não vivem?! 
Aos 50, 60, 70...é um dó de alma!... Parecem zombies.

Uma multidão de corpos inexpressivos a torrar ao sol numa praia, é assustador. E essa sensação começa a instalar-se no mais comum quotidiano. Por mim, e porque fui  "educado" por muita "porrada", voto a estes "cromos" o melhor da minha indiferença. Mas ando com o coração nas mãos pela exposição dos que abrigam o meu afeto; porque o cérebro destas multidões está formatado apenas para uma coisa: o seu umbigo.

Perdoem-me a imodéstia, mas eu quero viver! Quero estar vivo até morrer!

Quero sentir os afetos, quero procurar, quero colocar um “like”...com gosto, porque não?!
Viajar?!
Não tenho tempo a perder com viagens, mas adorava fazer o Trans-siberiano entre Moscovo e Vladivostok, passando por Pequim. 15 dias e 14 noites para atravessar a Ásia e conhecer a tranquilidade das culturas da Rota da Seda, numa perfeita simbiose com a magia do comboio. Aviões?! Todos reciclados para que as pessoas voltassem a ter tempo para pensar.

E, no tempo que me restar, como Pessoa, quero sentir exageradamente.

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