domingo, 2 de março de 2014

Romeu e Julieta



Romeu e Julieta, pela Companhia de Dança Contemporânea de Évora, no Pax Júlia.


"O incognoscível, onde invoco das profundezas da minha alma as visões e memórias que estão para além do visível e do verbal, a dança no seu lado mais lúdico e sensorial, a música de Prokofief, particularmente  a obra ""Romeu e Julieta". O mundo enigmático das emoções, que juntou os dois personagens, assim como o amor incompreendido e impedido por terceiros, onde muitos de nós encontramos identificação."

Benvindo Fonseca, coreógrafo da peça, in Folheto do espetáculo





Pude confirmar (ao vivo) que o bailado clássico está para a música clássica, assim como a dança contemporânea está para o jazz ou, claro está, para a música erudita que dá suporte à dança contemporânea, se for o caso.

O rigor e a ordem intrínsecos à música clássica e ao bailado clássico, opõem-se, numa relação simétrica, ao caos e aparente desordem do jazz e da dança contemporânea, que, na minha opinião são de facto uma libertação dos sentidos, seja do ponto de vista musical, seja do ponto de vista da coreografia.
Aprecio música e bailado clássicos, mas confesso uma clara preferência pela capacidade discursiva do jazz e da dança contemporânea. Nestes, subsiste a surpresa constante do diálogo que estabelecem connosco, seja através das sonoridades, seja através da dinâmica surpreendente dos corpos, que se agitam e fundem numa notável,  intensa e diversificada beleza plástica. Uma beleza sem estereótipos.
Creio que é essa a grande e extraordinária diferença entre ambos os conceitos. Isto é, no conceito contemporâneo não existe  apenas um conceito de beleza. O conceito jazzistico-contemporâneo é uma libertação dos sentidos.

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