terça-feira, 8 de julho de 2014

imperfeição

O meu modo de estar no universo, isto é, a minha cosmogonia, não a consigo enquadrar nas cosmogonias: bíblica, islâmica, budista, suméria, hinduista, etc.
Custa-me aceitar a verdade das convicções por isso mesmo. Por serem verdades.
A verdade é o fim.
A verdade é a morte.
Nada mais existe para além da verdade. E eu amo tanto a vida.
Amo a permanente vontade de, em cada momento, procurar por instinto o equilíbrio à minha volta, não no sentido estético, mas no sentido imperfeito e vivo que há em tudo.
Um recanto de parede branca. Um reflexo no olhar dos meus cães. Uma nova flor nascida durante a noite.
O sabor de um café matinal, tomado em silêncio. Os ovos das galinhas na palha - :-) é uma das imagens do meu imaginário, que me acompanha desde sempre, vá lá saber-se porquê.

São momentos que apetece fotografar, mas de certa forma, fotografar, é matar as coisas.
Tenho que rever a minha paixão por fotografar. Acho que há o perigo de fotografar demasiado e banalizarmos a nossa forma de sentir. Contudo, volto vezes sem conta aos momentos que fotografei, para descobrir novas formas de sentir. Ok, se calhar o que tenho de fazer é tratar o acto de fotografar, como um momento muito intimo. Um momento de procura da imperfeição. Da imperfeição que sustenta o amor...

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