terça-feira, 14 de janeiro de 2014

inominado nome

(…)

este nome,
este rosto habita-me silente
contra a recusa, a mentira, ou a calúnia.
Na epiderme, nos nervos e na carne,
sobre a língua e o palato,
adivinho-lhe a forma, sabor e propósito.
Ouço-o dentro de mim,
mau grado o queira ou não,
que em mim vive e dura, enquanto eu dure e viva.

E não por meu mal,
que meu mal seria,
mais que perdê-lo, sem ele viver.

Um rosto persigo,
um nome guardo no sal da boca.

(…)

Rui Knopfli, in “O Corpo de Atena” (excerto)


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