Libertação, consagração, exibição/ostentação - as três fazes por que passou o Carnaval, desde o seu nascimento com a cultura grega.
Libertação - festas e agradecimento aos deuses pela fertilidade da natureza.
Consagração - libertação dos prazeres da carne (carnis valles).
Exibição/ostentação - domínio da cultura do marketing.
Curiosamente, nas duas primeiras fases, o anonimato e a privacidade estão presentes, dando conta da importância do respeito pelo eu e consequentemente pelo "outro", mas também pelos incontornáveis prazeres da carne, evidência que a própria Igreja Católica não conseguiu apagar.
Confesso-me desinteressado pela fase da exibição/ostentação.
Pelo contrário, revejo-me profundamente na libertação e consagração, momento que vivi enquanto ritual de passagem.
Sempre me fascinou interagir com o "outro", durante o ritual do Carnaval, de forma anónima, respeitosa e louca. Mas sinto que essa perespetiva está "ultrapassada" pela perespetiva construída da ostentação.
Assusta-me vestir-me de palhaço e não poder mostrar a minha alma.
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