O que o eu tem de único encontra-se precisamente naquilo que o ser humano tem de inimaginável. Só consegue imaginar-se o que é idêntico em todos, o que é comum a todos. O "eu" individual é aquilo que se distingue do real, e é, portanto, aquilo que não pode ser adivinhado nem calculado antecipadamente, aquilo que primeiro é preciso desvendar, descobrir, conquistar no outro.
...esse milionésimo de diferente, só na sexualidade aparece como uma coisa preciosa, porque não é publicamente acessível, mas na realidade está sempre presente. à espera de ser descoberto.
Milan Kundera, in "A Insustentável Leveza do Ser"
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